30/09/2009

28.09.2009 –31º dia – Ibotirama/BA – Lençóis/BA

Deixamos o Hotel Atlanta às 07:30h. Como diz Marco Aurélio, estamos com meia hora de crédito no dia. Nossos líderes vão à frente, nos mostrando o caminho com a ajuda da Raquel. O Naka, nosso anjo da guarda, fecha o comboio. Nossos amigos já conhecem a Chapada Diamantina, por isso, serão literalmente nossos guias (meu e do Marcos Figueira).
Seguimos pela rodovia até Pratinha, onde conhecemos a gruta da Pratinha e suas águas cristalinas. Eu e o Figueira fizemos flutuação para conhecer o fundo da caverna. Suas águas chegam a 60m de visibilidade. Existem poucos peixes no seu interior, mas na boca de entrada, o aquário é belíssimo! Flutuando pela gruta, vamos todos paramentados com snoker e lanterna. A gruta tem passagem para a outra caverna – a Gruta Azul. Mas só pesquisadores e especialistas em mergulho de cavernas podem chegar até lá, pois exige equipamento apropriado. Fomos flutuando até o ponto onde esses mergulhadores descem a 14m de profundidade e atravessam a fenda que dá passagem para a Gruta Azul. Chegando neste ponto, nosso guia pede que apaguemos as lanternas. O escuro é absoluto! Um breu mesmo! Não dá pra ver nem a pessoa que está ao nosso lado. Foi um misto de medo e de paz o sentimento que me invadiu – mais de paz do que de medo. Se não fossem nossos companheiros de grupo um pouco barulhentos, teríamos desfrutado melhor aquele momento. Mas a experiência foi incrível! Marco, Suzete e Naka já haviam vivido esta experiência anos atrás e preferiram ficar nos fotografando e filmando na boca da gruta. A gruta realmente é muito linda! Começamos nossa passagem pela Chapada Diamantina em alto estilo. Mal sabíamos o que nos esperava ao fim da tarde.
Saindo da Gruta Pratinha, seguimos para a Tiroleza – - um pulo de aproximadamente 10m de altura até chegarmos ao riozinho que entra pela gruta da pratinha – imaginem a adrenalina! Marco Aurélio decidiu descer também para tomar um banhozinho – o sol estava a pino! O Figueira, neste pulo, torceu o pé que já havia machucado algumas vezes. Mas este acontecimento não impossibilitou dele continuar o passeio.
Quando voltamos da Partinha, já era hora de almoçar e comemos lá mesmo, pois o lugar tem alguma infraestutura. A comida estava gostosinha. Depois do almoço, descansamos um pouco e seguimos para a Gruta Azul, que nesta época de ano tem a melhor visão depois das 14h. Seu acesso é um pouco difícil, mas vale a pena ver o sol entrando na caverna e deixando suas águas de um azul indescritível!
Saindo da Gruta Azul, pegamos as TRs e fomos para a Caverna da Lapa Doce. Lá só se vai com um guia habilitado. Suzete e Marco resolveram ficar porque o acesso à caverna era muito difícil e o joelho de Suzete não iria agüentar. Além do mais ela queria se poupar para subir o Morro do Pai Inácio (ela já tinha vindo três vezes à Chapada e ainda não havia subido). Eles ficaram e foram para o Pai Inácio mais cedo para subir com cuidado.
Enquanto eles se encaminhavam para o Morro do Pai Inácio, Lúcia, nossa guia, nos acompanhava - a mim, Figueira e Naka – às entranhas da Lappa Doce. O acesso à caverna é realmente difícil, muito íngreme e suas escadarias são de pedras, nada de corrimões ou de ajuda – é preciso muito equilíbrio. Eu estava preocupada com o pé do Figueira, que continuava inchando e sem estabilidade. Mas ele não queria perder mais esta aventura...e lá fomos nós....Tínhamos pouco tempo para atravessar a caverna, pois para subir o Morro do Pai Inácio era preciso fazer o percurso apenas em 1h, pois o a entrada do morro fechava às 17h.
Pelo caminho da gruta, várias cotias cruzaram nosso caminho e muitas bromélias na vegetação. Uma grande fenda à nossa frente não conseguiu mostrar a dimensão do veríamos lá por dentro. Lúcia ia com um lampião a gás para iluminar nosso caminho no imenso salão escuro e cheio de morcegos. Fiquem tranqüilos, eles não nos incomodaram.
Diferentemente da Gruta do Lago Azul em Bonito, a Lapa Doce não tem tantas estalactites e estalagmites, mas as que têm são belíssimas! Há uma dessas formações que parece um candelabro – belíssima! Várias delas formam imagens – muito interessante! Esta caverna é digna de ser admirada! Na entrada, onde são vendidos os ingressos, Suzete ficou sabendo que nesta caverna foram gravadas algumas cenas da novela A Favorita e também está para ser lançado um filme “O Segredo” onde algumas cenas também foram rodadas nela – Suzete disse que vai conhecê-la no cinema.
Fizemos o percurso exatamente em uma hora, mas tivemos que sair à toda para o Morro do Pai Inácio. O Naka foi à nossa frente e Marco Aurélio nos contatava pelo rádio para avisar que já estava chegando e que já havia avisado na entrada que chegaríamos em seguida. E chegamos, a sete minutos do acesso que dá ao morro fechar.
Pensem numa subida! Ufa! Só de pensar que subimos já cansa! Não consigo imaginar como Suzete e o Figueira conseguiram subir e descer o percurso, estando machucados. Realmente é muito difícil! Uma escalada e tanto! Quando chegamos lá em cima, Suzete já havia descido com o guia, mas Marco nos esperava. A cada parada na escalada, eu e o Figueira ficávamos maravilhados. O lugar é simplesmente fenomenal! Lá de cima, a Chapada Diamantina é ainda mais bela! Nem dá pra descrever tanta emoção! E o por-do-sol? Ah! Lindo demais... Nem precisa dizer que me emocionei muito não é? Minha vida inteira se passou à minha frente. Ficamos ali, contemplando toda aquela imensidão e a gloriosa natureza da qual somos parte neste vasto universo!
Nossos amigos nem sabem quanta emoção nos proporcionaram. Seremos eternamente gratos por tantos momentos de felicidade absoluta!
Depois do Morro do Pai Inácio, seguimos para a cidade de Lençóis, onde se concentram as pousadas, bares, restaurantes e um lindo casario colonial, para procurarmos pousada. Chegando lá, um rapazote de nome Ademário nos indicou a Pousada São José. Lá, para surpresa de Suzete, Marco e Naka, encontramos o Edson Feio, que já havia servido de guia anos atrás para os nossos amigos. Combinamos com ele um passeio para o dia seguinte, os rapazes fizeram a rodadinha, eu e Suzete fomos tomar um bom banho para jantarmos, em seguida, no restaurante Grisante, na praça principal da cidade, que fica cheia de mesinhas para receber seus turistas (brasileiros e muitos estrangeiros) com toda alegria que é característica do povo baiano.
Estávamos super cansados, mais felizes pelo dia maravilhoso que tivemos. Amanhá tem mais.

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