03/10/2009

02.10.2009 - 36 Dia

Chegada em Natal

02.10.2009 –35º dia

Missão cumprida:
Caminhamos pelo nosso diverso e lindo Brasil e voltamos pra casa!
Saímos de Triunfo/PE às 9:30h. Marco e Suzete perderam a hora. Também, ontem a farra foi grande!
No café da manhã, encontramos o grupo da melhor idade “Novo Horizonte” de Arcoverde, que já estava de saída para visitar um engenho fabricador de rapadura e nos convidaram para ir junto, mas já estamos com saudades de casa...
Marco Aurélio saiu de Triunfo com um chapéu de cangaceiro na cabeça, presenteado pelo grupo.
De volta à estrada, comentamos pelo rádio como foi legal a festa do pijama. Como o Naka não participou da festinha, tivemos que passar as informações. Disse ele que foi melhor não participar, senão teria que sair antes de terminar, pois estava morrendo de sono.
Nós quatro ficamos até o final, pois além da festa está super animada, nós fomos eleitos os jurados do desfile para escolher os vencedores de algumas categorias – o com mais desenvoltura, o mais simpático, o bem caracterizado para a festa. Até inventamos mais duas categorias (que audácia a nossa – estávamos de penetras, mas entramos no clima deles e fomos muito bem recebidos): o mais charmoso e o casal mais animado. A alegria, a integração e participação de todos tomaram conta da noite! Fomos presenteados com rosas, bombons e deliciosas castanhas para acompanhar os drinques.
Apesar do Naka não estar lá, foi lembrado. Uma das senhoras, a miss simpatia, perguntou pelo “japinha”.
Triunfo é uma das pendências de próximas viagens. Suzete sugeriu que viéssemos uma outra época para subir o “bico do papagaio” (ponto mais alto do estado) e o engenho. Eu aproveitei para sugerir que viéssemos no festival de inverno, quando a temperatura da cidade chega a 5ºC, e, se der, dar uma passadinha por Arcoverde para visitar o grupo “Novo Horizonte”.
Como pegamos uma outra estrada, passando por São José do Egito, pegamos trechos bem esburacados, porém, o motorista de ônibus do grupo nos informou que era mais próximo até chegarmos à cidade de Patos/PB.
De Patos/PB direto para Acari/RN, almoçar uma comidinha caseira no Panelão, sob um calor de 34ºC. Estávamos mais perto de casa.
Na chegada ao pórtico de Natal, a foto tradicional. Atravessamos o pórtico com 12.000km rodados, sendo 2.000km em terra. Cumprimos nossa aventura!
A rodadinha da chegada aconteceu no Rob Bar, com a presença de Ênio, Marines e Helenita. Aproveitamos para presentar Marinês e Ênio com a carranca do Velho Chico e camisetas da Rota Brasil. Marco Aurélio não perdeu a oportunidade de fazer um cordel para dizer a Marines que agora ela vai ter duas carrancas em casa – a que os calangos lhe presentearam e a do Ênio. Foi uma risada geral!
Fizemos um brinde a nossa excelente viagem, realizada com segurança, harmonia, companheirismo e muita paz! Lembramos de Nelson e Miriam e de como gostaríamos que eles estivesses aqui conosco! Vamos esperá-los para a reunião!
Missão Cumprida.
É tão bom estar em casa...

01/10/2009

...também quero viajar neste balão
Embalados na música "Balão Mágico", encerramos a última noite da viagem, na cidade de Triunfo-PE, dançando juntamente com o grupo da melhor idade do SESC de Arcoverde-PE, em festa comemorativa ao dia do idoso.

No telesférico em Triunfo-PE

01.10.2009 34º dia

Saímos às 9h de Petrolina, seguindo pela BR-122. Próximo a região das vinículas do nordeste (quem diria?) compramos uvas docinhas, sem caroços ao preço irrisório de R$ 2,00 a caixinha. Isso nos faz refletir sobre a necessidade de sobrevivência da população.
Não dá pra imaginar que nesta caatinga cerrada exista clima para o cultivo de uvas – milagres do Velho Xico! O rio tenta sobreviver em meio a tantas polêmicas...
Na altura da cidade de Cabrobó/PE, tanques do Exército brasileiro faziam barreiras para a segurança das obras de transposição do Rio São Francisco. Senti uma sensação estranha.
Parados no posto que dá acesso à cidade para abastecer as TRs, mais jipes do Exército e policiais do GATI, muitos caminhões com materiais. Mais adiante, mais militares do Exercito e trailhers da Receita Federal. O policiamento da área é ostensivo devido à grande polêmica em torno das obras da transposição.
Em Salgueiro/PE almoçamos no Sallgrill, um restaurante a quilo muito bem localizado e organizado, comida gostosa e público selecionado.
Chegamos à cidade de Triunfo subindo uma pequena serra de 1200m de altitude aproximadamente, e, para nossa surpresa, de longe avistamos um lindo lago e um teleférico – muito interessante! Seguimos para o Museu do Cangaço, onde ouvimos a história de Lampião e de um cangaceiro da cidade de nome Luiz Pedro. No museu também funciona uma exposição de peças antigas e obras sacras e usa as instalações de uma antiga escola. O cangaço aqui teve uma importância muito grande e até o símbolo da cidade são as caretas em forma de cangaceiros.
O casario encanta e a bela igreja matriz de Nossa Senhora das Dores é imponente!
Saímos do museu e seguimos para o hotel do SESC, muito bem localizado, no alto, de onde podemos ver toda a cidade de Triunfo. Lá ficamos sabendo que teríamos que descer novamente de carro para pegar o teleférico e assim fizemos – passeamos de teleférico e tiramos lindas fotografias da cidade, que é encantadora.
Depois de passear de teleférico, resolvemos nos hospedar no hotel do SESC que é muito bom! Os rapazes desceram logo para a rodadinha e mais tarde vamos jantar.
Agora estamos estamos esperando o frio que o Naka disse que fazia por aqui. Só se for no inverno, porque até agora, que já são quase 19h, não sentimos sequer um ventinho. A temperatura melhorou, mas frio que é bom, necas de pitibiriba...
Depois do jantar, que foi no próprio hotel, Eu, Figueira, Marco e Suzete fomos para o cyber café dançar um forrozinho. Era o forró do pijama - o pessoal da melhor idade estava todo animado, dançando de pijama, só faltavam Marco e Suzete , Eu e o Figueira colocarmos os pijamas. Todos estavam muito animados. Foi muito divertido! O Naka perdeu - foi dormir!
E nós quatro curtimos um gostoso pé de serra...e nos divertimos muito!
Estamos felizes! Nosssa viagem está terminando em alto estilo - como sempre, em festa!

30.09.2009 –33º dia – De Lençóis-BA a Petrolina-PE

Pegamos a estrada às 8:15h com destino a Petrolina/PE. Na BR-324 paramos para um pipi-stop e soubemos que a rodovia estava interrompida por causa de um protesto da população local em virtude da morte de um morador por atropelamento.
Desta vez nós escapamos por pouco de ficarmos presos – a fila de caminhões e carros era grande. Felizmente, o trecho interrompido ficava 500m mais distante da entrada para Petrolina.
Seguimos nossa viagem sem problemas, lamentando apenas a sequidão da região. O sertão...rios secos, aves de rapina por todo lado, bois mortos na beira da pista, uma paisagem desoladora e um calor infernal.
A certa altura, pegamos alguns “pare e siga” devido a reparos na rodovia, mas, na maior parte, em ótimas condições de tráfego.
Já bem perto de Juazeiro, nos lembramos de Marines, pois haviam várias carrancas à venda na beira da estrada.
Pelo rádio, os calangos só falavam do Bodódromo de Petrolina – estavam loucos para provar um bode guizado!
Chegando em Juazeiro/BA, fiquei impressionada com o movimento entre as cidades de Juazeiro e Petrolina/PE. Não imaginava que eram assim.
Atravessando a ponte sobre o Velho Rio São Francisco, entramos em Petrolina e procuramos pousada, mas só conseguimos acomodações no terceiro hotel que paramos – Costa do Rio, pois os demais estavam lotados.
O calor era grande e as calangas tiveram 20’ para tomar um banho e seguir para a Oficina do Artesão, conhecer o trabalho em madeira e comprar algumas carrancas. Depois, lá fomos nós comer bode no Bodódromo!
O local é bem organizado, com uma série de restaurantes cujo menu principal são o bode e o carneiro. A calangada se fartou no Bode do Geraldo! Comemos assado, guizado e, lógico, não faltou a cervejinha gelada. O Naka adorou o local!
Voltamos ao hotel com pretensões de voltar à Petrolina para conhecer as vinícolas (abrindo um parêntese – o vinho da região chamado de Latitude 8º foi premiado, em São Paulo, como o melhor vinho da América Latina), fazer um safári náutico pelo Velho Chico, curtir sua orla fluvial cheia de barzinhos e visitar o Museu do Sertão.
Estamos mais perto de casa...Amanhã estaremos em Triunfo/PE. O Naka nos prometeu um friozinho....

Recadinhos:
Ênio, sem saber, Suzete pediu o bife a milanesa no restaurante de mesas amarelas, cujo nome é Grisante. E estava ótimo! Aliás, lá também tem um excelente caldinho de feijão.

Miriam e Nelson, a viagem está ótima! Só faltam vocês!

Guerra, todo dia tem um que esquece o farol desligado!
E eu realmente não queria sair de Bonito – se pudesse, ficaria lá uns 10 dias.kkk
Nelson e Miriam disseram que vão para a reunião da viagem para comer o bife de choriço do Marco. Acho que desta vez sai!
Ah! Vamos esperar que eles levem as fotos também né?kkk
Abraços em Selma! Sentimos falta de vocês!

Família e amigos, estamos quase chegando....Beijos e saudades!

Chapada Diamantina

Morro do Pai Inácio





Chapada Diamantina: Andaraí, Mucugê e Palmeiras


Cemitério Bizantino em Mucuge-BA


29.09.2009 –32º dia – na Trilha do Garimpo...

Embora estivéssemos todos doloridos, acordamos felizes pelas emoções vividas ontem.
Hoje teremos um dia mais leve de contemplação da Chapada Diamantina.
Nosso guia já nos esperava quando descemos para tomar o café da manhã. Mas antes de sair para o passeio, o Figueira teve que fazer novos reparos na TR, o Marco teve que apertar alguns parafusos e o Naka precisou trocar um pneu furado.
Enquanto os calangos cuidavam das máquinas, eu e Suzete resolvemos fazer uma exploração pela cidade de Lençóis e ver seus casarios coloniais e subir suas ladeirinhas. A cidade ainda dormia; apenas algumas lojas estavam abertas, pois as demais só abrem depois das 17h quando os turistas retornam dos passeios.
Pelo rádio, que Suzete carregava consigo, nos comunicamos com os rapazes, que vieram nos apanhar no coreto. Assim, a calangada toda foi fazer a “Trilha do Garimpo”, passando por dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
Naka, Suze e Marco já haviam feito esta trilha anos atrás, mas queriam repeti-la para nos mostrar. E lá fomos nós guiados pelo Edson.
A trilha é radical! Estreita e, em alguns trechos, com vegetação fechada; muito bonita! Por ela, atravessamos vários córregos e rios (literalmente), os quais estavam secos ou com muito pouca água, devido ao longo período de estiagem na região. Dentre eles, o Ribeirão de Baixo, o Capivara, (onde havia ruínas de casas de garimpeiros), o Caldeirões, o Roncador (e suas águas cor de coca-cola), o Garapas, o Baiano...
Suzete ia marcando todos os pontos no GPS. Maço disse que quando viermos novamente a Lençóis, quer a trilha mapeada no GPS. Enquanto Suzete registrava os pontos, eu filmava e fotografava as paisagens e os trechos mais radicais, que exigiam muita perícia dos calangos, que passaram por areais, estradas erodidas, castigadas pela seca, pedregulhos... as TRs, por sua vez, só faltaram subir os paredões – as barbies corresponderam traquilamente aos desafios.
Eu ainda estou de miolos moles de tanto sacolejar.
Nossa pretensão era chegar aos municípios de Andaraí, Iguatu, Mucugê e Palmeiras, mas como tínhamos interesse de chegar cedo em Lençóis para comprar lembranças da Chapada, resolvemos cortar Iguatu do roteiro (que é chamada de cidade de pedra devido a sua arquitetura). Todos esses municípios, inclusive Lençóis enriqueceram no século XVII devido a corrida pelos diamantes da Chapada e, do mesmo modo, empobreceram quando eles foram se escasseando. Hoje, tentam sobreviver do turismo.
Saindo da Trilha do Garimpo, pegamos a BA-152, passamos por Andaraí para visitar o Museu do Jipe, de onde são dadas as largadas de todas as trilhas off-road realizadas na região e fotografar o seu belo casario.
A caminho de Mucugê, uma paradinha na Toca do Morcego para apreciar a Cachoeira da Donana e comprar artesanatos de pedras da Chapada. Nossa intenção era conhecer o Poço Encantado, mas o IBAMA o fechou a três anos porque o fizeram melhoramentos no acesso sem permissão. Uma pena, pois Suzete havia me falado que é belíssimo.
Seguimos para Mucugê pegando a Serra dos Sincorá, que chega a 1.100m de altitude. Disse o nosso guia que aqui em Mucugê descem discos voadores. Acreditem se quiserem!
Já em Mucugê, almoçamos no Sabor e Arte e seguimos para conhecer o casario da cidade e o cemitério de estilo bizantino. Nosso guia nos informou que antes ele se chamava Santa Izabel, mas um italiano que viveu aqui disse que as formações rochosas que estão acima do lugar pareciam obras bizantinas da itália e por isso o nome foi trocado para cemitério bizantino. No entanto, preferimos acreditar na versão que Suzete encontrou no Guia 4 Rodas, de que o cemitério tem estilo bizantino em função da influência turca na região, que contruiu o cemitério na forma de miniatura de igrejas, durante a morte de muitas pessoas devido um surto de varíola de cólera na região. O fato é que o cemitério é interessante, muito bonito e todo pintado de branco. Culturalmente vale a pena apreciar, mas não gostaríamos de estar no lugar dos que lá estão.kkkk
Após esta visita, seguimos para o municípios de Palmeiras. Mais um grande trecho de off-road; desta vez fomos pelo outro lado do Parque Nacional da Chapada Diamantina, que nossos amigos ainda não conheciam. Uma linda cordilheira de rochas coloridas de verde e laranja nos acompanhou pelo caminho – exuberante!
Dizem os especialistas, que este cenário maravilhoso foi conseqüência de um grande terremoto há bilhões de anos atrás, quando os diamantes ainda eram pedacinhos de carvão.
Saindo para a rodovia, seguimos para o marco geográfico da Chapada para fotografar dois lindos cartões postais: o Morro do pai Inácio (desta vez sem subi-lo) e os Três Irmãos, ao cair da tarde, em pleno por-do-sol. Algo indescritível! As fotos falam por nós.
Chegando a Lençóis às 17:30h, tomamos um banho e saímos para comer acarajé no mercado, comprar lembrancinhas na rua das pedras e tomar cerveja no Grisante, ao som de música ao vivo e da alegria contagiante, características do povo baiano.
Amanhã nosso destino é Petrolina.

30/09/2009

Chapada Diamantina - Caverna Lapa Doce




28.09.2009 –31º dia – Ibotirama/BA – Lençóis/BA

Deixamos o Hotel Atlanta às 07:30h. Como diz Marco Aurélio, estamos com meia hora de crédito no dia. Nossos líderes vão à frente, nos mostrando o caminho com a ajuda da Raquel. O Naka, nosso anjo da guarda, fecha o comboio. Nossos amigos já conhecem a Chapada Diamantina, por isso, serão literalmente nossos guias (meu e do Marcos Figueira).
Seguimos pela rodovia até Pratinha, onde conhecemos a gruta da Pratinha e suas águas cristalinas. Eu e o Figueira fizemos flutuação para conhecer o fundo da caverna. Suas águas chegam a 60m de visibilidade. Existem poucos peixes no seu interior, mas na boca de entrada, o aquário é belíssimo! Flutuando pela gruta, vamos todos paramentados com snoker e lanterna. A gruta tem passagem para a outra caverna – a Gruta Azul. Mas só pesquisadores e especialistas em mergulho de cavernas podem chegar até lá, pois exige equipamento apropriado. Fomos flutuando até o ponto onde esses mergulhadores descem a 14m de profundidade e atravessam a fenda que dá passagem para a Gruta Azul. Chegando neste ponto, nosso guia pede que apaguemos as lanternas. O escuro é absoluto! Um breu mesmo! Não dá pra ver nem a pessoa que está ao nosso lado. Foi um misto de medo e de paz o sentimento que me invadiu – mais de paz do que de medo. Se não fossem nossos companheiros de grupo um pouco barulhentos, teríamos desfrutado melhor aquele momento. Mas a experiência foi incrível! Marco, Suzete e Naka já haviam vivido esta experiência anos atrás e preferiram ficar nos fotografando e filmando na boca da gruta. A gruta realmente é muito linda! Começamos nossa passagem pela Chapada Diamantina em alto estilo. Mal sabíamos o que nos esperava ao fim da tarde.
Saindo da Gruta Pratinha, seguimos para a Tiroleza – - um pulo de aproximadamente 10m de altura até chegarmos ao riozinho que entra pela gruta da pratinha – imaginem a adrenalina! Marco Aurélio decidiu descer também para tomar um banhozinho – o sol estava a pino! O Figueira, neste pulo, torceu o pé que já havia machucado algumas vezes. Mas este acontecimento não impossibilitou dele continuar o passeio.
Quando voltamos da Partinha, já era hora de almoçar e comemos lá mesmo, pois o lugar tem alguma infraestutura. A comida estava gostosinha. Depois do almoço, descansamos um pouco e seguimos para a Gruta Azul, que nesta época de ano tem a melhor visão depois das 14h. Seu acesso é um pouco difícil, mas vale a pena ver o sol entrando na caverna e deixando suas águas de um azul indescritível!
Saindo da Gruta Azul, pegamos as TRs e fomos para a Caverna da Lapa Doce. Lá só se vai com um guia habilitado. Suzete e Marco resolveram ficar porque o acesso à caverna era muito difícil e o joelho de Suzete não iria agüentar. Além do mais ela queria se poupar para subir o Morro do Pai Inácio (ela já tinha vindo três vezes à Chapada e ainda não havia subido). Eles ficaram e foram para o Pai Inácio mais cedo para subir com cuidado.
Enquanto eles se encaminhavam para o Morro do Pai Inácio, Lúcia, nossa guia, nos acompanhava - a mim, Figueira e Naka – às entranhas da Lappa Doce. O acesso à caverna é realmente difícil, muito íngreme e suas escadarias são de pedras, nada de corrimões ou de ajuda – é preciso muito equilíbrio. Eu estava preocupada com o pé do Figueira, que continuava inchando e sem estabilidade. Mas ele não queria perder mais esta aventura...e lá fomos nós....Tínhamos pouco tempo para atravessar a caverna, pois para subir o Morro do Pai Inácio era preciso fazer o percurso apenas em 1h, pois o a entrada do morro fechava às 17h.
Pelo caminho da gruta, várias cotias cruzaram nosso caminho e muitas bromélias na vegetação. Uma grande fenda à nossa frente não conseguiu mostrar a dimensão do veríamos lá por dentro. Lúcia ia com um lampião a gás para iluminar nosso caminho no imenso salão escuro e cheio de morcegos. Fiquem tranqüilos, eles não nos incomodaram.
Diferentemente da Gruta do Lago Azul em Bonito, a Lapa Doce não tem tantas estalactites e estalagmites, mas as que têm são belíssimas! Há uma dessas formações que parece um candelabro – belíssima! Várias delas formam imagens – muito interessante! Esta caverna é digna de ser admirada! Na entrada, onde são vendidos os ingressos, Suzete ficou sabendo que nesta caverna foram gravadas algumas cenas da novela A Favorita e também está para ser lançado um filme “O Segredo” onde algumas cenas também foram rodadas nela – Suzete disse que vai conhecê-la no cinema.
Fizemos o percurso exatamente em uma hora, mas tivemos que sair à toda para o Morro do Pai Inácio. O Naka foi à nossa frente e Marco Aurélio nos contatava pelo rádio para avisar que já estava chegando e que já havia avisado na entrada que chegaríamos em seguida. E chegamos, a sete minutos do acesso que dá ao morro fechar.
Pensem numa subida! Ufa! Só de pensar que subimos já cansa! Não consigo imaginar como Suzete e o Figueira conseguiram subir e descer o percurso, estando machucados. Realmente é muito difícil! Uma escalada e tanto! Quando chegamos lá em cima, Suzete já havia descido com o guia, mas Marco nos esperava. A cada parada na escalada, eu e o Figueira ficávamos maravilhados. O lugar é simplesmente fenomenal! Lá de cima, a Chapada Diamantina é ainda mais bela! Nem dá pra descrever tanta emoção! E o por-do-sol? Ah! Lindo demais... Nem precisa dizer que me emocionei muito não é? Minha vida inteira se passou à minha frente. Ficamos ali, contemplando toda aquela imensidão e a gloriosa natureza da qual somos parte neste vasto universo!
Nossos amigos nem sabem quanta emoção nos proporcionaram. Seremos eternamente gratos por tantos momentos de felicidade absoluta!
Depois do Morro do Pai Inácio, seguimos para a cidade de Lençóis, onde se concentram as pousadas, bares, restaurantes e um lindo casario colonial, para procurarmos pousada. Chegando lá, um rapazote de nome Ademário nos indicou a Pousada São José. Lá, para surpresa de Suzete, Marco e Naka, encontramos o Edson Feio, que já havia servido de guia anos atrás para os nossos amigos. Combinamos com ele um passeio para o dia seguinte, os rapazes fizeram a rodadinha, eu e Suzete fomos tomar um bom banho para jantarmos, em seguida, no restaurante Grisante, na praça principal da cidade, que fica cheia de mesinhas para receber seus turistas (brasileiros e muitos estrangeiros) com toda alegria que é característica do povo baiano.
Estávamos super cansados, mais felizes pelo dia maravilhoso que tivemos. Amanhá tem mais.

28/09/2009

Chapada dos Veadeiros

27.09.2009 – 30º dia – Alto Paraíso/GO – Ibotirama/BA

Saímos da Pousada Recanto da Grande Paz às 08:15h – antes do horário previsto, já brincando com o Naka. O Marco avisou que pela primeira vez na viagem conseguiu economizar combustível mais do que o Naka. E aí, as suposições de fraude tomaram conta da conversinha pelo rádio, mas sempre em tom de brincadeira – característica marcante entre os calangos. Somos pessoas felizes, unidas, de bem com a vida e que se divertem até com as agruras que acontecem durante a viagem. Cada um respeitando o modo de ser do outro, mas sem deixar de fazer uma piadinha (para descontrair). Essa turma é muito show de bola!
Entrando no estado de Tocantins, a linda Serra Geral de Goiás nos acompanhou no trajeto. Sua semelhança com a mesetas da Patagônia argentina impressiona.
Em Taguatinga/TO, pegamos mais 50km de estrada de chão. Neste trecho da viagem não se vê vegetação nativa. O agronegócio provoca tamanha devastação, mas, por outro lado, nos alimenta (eterno conflito). É um paradoxo que a mim parece insustentável. Quando o homem desenvolverá tecnologias que evitem a degradação da flora, fauna e da biodiversidade natural?
No trecho Barreiras/BA-Ibotirama/BA, Marco avisou que completamos 10.000km percorridos.
Um bom trecho da BR-242 está em excelente estado de conservação, outros, em reparo. A BR é bem movimentada, com tráfego intenso de caminhões. Talvez porque fosse domingo, e não haver muitos “pare e siga”, facilitando a viagem. Entretanto, isto a torna mais perigosa e exige mais atenção dos calangos.
A vegetação em alguns trechos está bastante seca, o que nos fez deduzir que há algum tempo não chove na região. Eu e Suzete já começamos a sentir saudades do friozinho do centro-oeste. Faz um calor 30ºC e saímos hoje de Alto Paraíso/GO a 20ºC. Nossa pele, boca e garganta já começam a sentir a secura.
Chegamos às 17:30h em Ibotirama/BA e pernoitamos no hotel Atlanta, às margens da rodovia, onde a rodadinha foi regada à cachaça de Guariroba do Sr. Valdomiro e espetinhos de picanha, ao ar livre – um ambiente muito agradável. Amanhã nosso destino é Lençóis/Ba.

26.09.2009 – 29º dia – Chapada dos Veadeiros/GO

Pegamos a estrada às 8:30h para rodar 35km até chegar ao Vale da Lua. A trilha off-road é linda! Dela avistamos o Morro da Baleia e admiramos a mata fechada do cerrado, formando túneis de árvores – muito lindo!
Chegando à entrada do Vale, mais uns 1200m a pé até chegarmos ao deslumbrante Vale da Lua! Não nos decepcionamos, o lugar é diferente, muito interessante e bonito! Pedras claras e escuras formam fendas com a passagem do Rio São Miguel, fazendo verdadeiros cânions, esculturas e lindas pequenas cavidades, grutas e piscinas boas para o banho e hidromassagem natural. Eu e Suzete até tiramos fotos meditando! Foi muito legal!
Eu e o Marco Aurélio que gostamos de água, nos esbaldamos! O Figueira, por incrível que pareça, sentiu frio. O Naka não quis tomar banho e foi explorar o lugar e tirar fotografias das belezas do lugar. Suzete também não resistiu e caiu na água.
Na volta, alguma dificuldade para subir a trilha, mas dando algumas paradinhas, segue-se bem.
Só sei de uma coisa: nunca mais esqueço este lugar! É mágico! Às vezes fico pensando: acho que a minha sintonia com as plantas, os animais e as águas cristalinas tem muito a ver com a região na qual nasci. Vejam: o Pantanal, Bonito, a Chapada dos Veadeiros...tudo nestes lugares faz aflorar minha sensibilidade! Sou do Centro-Oeste!
O almoço foi no Rancho do Valdomiro. Pensem numa comida gostosa! A Matula, feita com feijão, carne de sol, lingüiça, carne cozida, carne de lada (conservada na banha do porco) e farinha de mandioca, tudo misturado como um pirão – uma delícia! Mas também de difícil digestão, como pudemos comprovar o dia inteiro. Mas não podemos deixar de falar da simpatia do senhor Valdomiro (que prepara a comida) e seu genro Fernando que nos atenderam com muita boa vontade e bom humor – parecíamos da família.
Além da Matula, licores e cachaças feitas com iguarias da região, as quais provamos logo na chegada e compramos algumas garrafas na saída (uma ganhamos de brinde), com direito a foto com o Sr. Valdomiro. O lugar realmente merece ser visitado, pela simplicidade, simpatia e pela deliciosa e farta comida (mas que deve ser apreciada com moderação).
Após o almoço, seguimos para as águas termais do Morro Vermelho, onde pequenas piscinas de águas cristalinas e morninhas nos esperavam para um agradável banho. Ficamos horas descansando... Suzete sugeriu mudarmos um pouco o roteiro, para podermos passar por Salvador/BA, mas existem alguns impedimentos, como, por exemplo, a minha volta ao trabalho. Ela está querendo mais agito, gosta de badalação esta calanga!
No caminho de ida, raios cortavam o céu e, ao sair de lá, um lindo sol nos acompanhou pelo caminho. No planalto central, o tempo sempre foi assim meio louco!
De volta, uma parada na cidade de São Jorge, onde está o portão principal do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e que foi fundada no ano de 1912 por garimpeiros que vinham à busca de pedras preciosas da região, conforme informações obtidas por um rapaz que o Naka deu carona. Fomos ao mirante, mas encontramos a Árvore do Silêncio, com um símbolo de rituais pagãos em baixo de sua copa. Suzete disse que era para atrair energias positivas. De lá, seguimos para conhecer a entrada do Parque. Ficamos um pouco decepcionados, pois esperávamos encontrar um pórtico mais pomposo, tal qual encontramos no Parque do Caracol, em Gramado.
No caminho de volta para a pousada, uma paisagem de tirar o fôlego! Tudo que vimos aqui foi diferente dos outros lugares pelos quais passamos. Nelson, Miriam e Helenita teriam adorado a Chapada dos Veadeiros – fica para a próxima! Estamos com saudades deles.
Paramos no posto para abastecer as TRs já pensando na viagem de amanhã. A nossa TR vem apresentando um problema de vazamento de combustível desde Pirenópolis. O Figueira e o Marco andaram dando uma olhada, mas não descobriram ainda o que é – talvez isso atrase um pouco a nossa chegada em Natal. Passamos em algumas lojas para comprar artesanatos, mas não encontramos nada que fosse específico da Chapada dos Veadeiros.
Já na pousada, fomos para os chalés tomar um banho, trocar de roupa e sair para fazer um pequeno lanche no Avalon Café (não aguentaríamos jantar depois da matula). O Naka preferiu ficar e se recolher mais cedo. Seguimos Suzete, Marco, Figueira e eu e fizemos um gostoso lanche a base de quiches e wraps, cafés, vinho e suco para, em seguida, voltarmos à pousada para dormir. Amanhã o dia será longo. Estaremos em deslocamento e perfazendo uns 800km até a cidade de Ibotirama, já no estado da Bahia, onde pernoitaremos.

25.09.2009 – 28º dia – Pirenópolis/GO – Alto Paraíso/GO - Chapada dos Veadeiros

Saímos da Pousada Walkeriana às 8:15h rumo à Igreja do Rosário (matriz) para fotografarmos as últimas imagens de Piri. O Naka disse que um dia ainda volta a Pirenópolis – ele gostou muito da cidade e nós também (vai para a nossa lista de pendências, que já vai bem grande).
Há 20km de Pirenópolis, Corumbá de Goiás. Fotografamos o casario da cidade e, à beira da rodovia, paramos para ver a linda cachoeira na qual, em minha adolescência, eu, minhas irmãs, meus pais e amigos fizemos uma excursão para dar bons saltos em suas águas. Tantas lembranças boas vieram à mente! Gostoso passar por aqui novamente! Nasci no cerrado e tomei muitos banhos em suas belas cachoeiras de águas cristalinas!
Depois de Corumbá, o Figueira quis ficar brincando com a Raquel e me deu o volante – uns 40km de rodovia e mais 144km de trilha off-road até a cidade de Águas Frias, onde paramos para abastecer e almoçar.
A caminho de Alto Paraíso, um paredão de chapada nos acompanhou – uma linda paisagem! Cheia de pequenos morros achatados.
Chegamos a Alto Paraíso de Goiás às 15:30h, nos acomodamos na Pousada Recanto da Grande Paz. Enquanto nos acomodávamos, o Figueira e o Naka seguiram para uma Auto Elétrica para verificar uma pane elétrica na nossa TR. Quando chegaram, fizemos a rodadinha na beira da piscina e aproveitamos para programar nosso jantar e passeios. Amanhã vamos ao Vale da Lua e às Águas Termais do Morro Vermelho.
Alto Paraíso é uma cidade diferente. Em virtude da quantidade de quartzo disponível, é considerada a cidade de maior luminosidade do Brasil, atraindo muito exotéricos, que vêm buscar a energia dos cristais. É tanto que não encontramos artesanatos que não fossem cristais, incensos ou artigos indianos. As pessoas vêm mesmo para caminhar, conhecer as belezas do Parque Nacional da Chapa dos Veadeiros e atrair energias positivas.
O jantar foi no Cantinho das Delícias, onde comemos pizza. Eu e Suzete tomamos uma boas capiroscas e seguimos tontinhas junto com os calangos, à pé para a pousada, rindo, brincando, nos divertindo...

25/09/2009

24.09.2009 – 27º dia – Pirenópolis dos Pirineus...

Tomamos café mais tarde, nos despedimos de Helenita e fomos explorar os arredores de Pirenópolis. Nosso destino, o Parque dos Montes Pirineus – três montes, um ao lado do outro, que compõem o ponto mais alto da cidade, com quase 1800m de altitude. Os calangos pegaram uma trilha off-road até o mirante, onde foram abordados pelo guarda florestal do IBAMA perguntando se fazíamos parte do Rali que estava sendo anunciado para o final de semana – mas não era conosco. Seguindo o caminho, paramos para fotografar o Morro Cabeludo, uma rocha lisa enfeitada de pequenos arbustos. Então, seguimos para os Pirineus. Quase fomos até o topo de um dos montes com as TRs, mas também tinha um pedaço de chão para fazer a pé. Subimos eu, Figueira e Naka, pois Suzete estava com dor no joelho e o Marco preferiu ficar e fazer companhia a ela. A trilha pedonal é bastante íngreme e perigosa – na subida , é necessário muito esforço; na descida, freio nos pés para não escorregar e cair.Lá de cima, a paisagem é linda! Vê-se toda a cidade de Pirenópolis. Soubemos mais tarde que toda primeira lua cheia do mês de julho, muitos jovens vêm acampar no local para ver a lua aparecer no céu do planalto central.
Neste local também é rezada uma missa campal na época da Festa do Divino e durante a Semana Santa, na qual é encenada a via crucis. O lugar é muito bonito!
Pirenópolis mudou muito desde que estive aqui nos anos 80. A cidade cresceu, melhorou sua organização, virou ponto turístico e palco para muitas festas.
No Rio das Almas, que corta a cidade, não é mais permitido acampar; os bares, restaurantes e lanchonetes ganharam uma rua só para eles – a Rua do Lazer, que à noite se fecha e fica cheia de mesinhas, só sendo permitido o trânsito de pedestres – uma graça! O artesanato também se desenvolveu bastante – tear, madeira, pintura, antiguidades, cerâmicas, papel marche – todos muito bonitos. Há também uma grande quantidade de pedras semi-preciosas e prata. Hoje, existem mais de 100 pousadas na cidade; seu casario é bem preservado e tratado com cuidado e a cavalhada (folclore local) ganhou um local próprio para acontecer. Nos arredores de “Piri” (como é carinhosamente chamada) há muitas trilhas e locais lindos para se aventurar.
Quando voltamos dos Montes Pirineus, paramos na Cachoeira do Abade (onde se pratica o rapel). Deu vontade de mergulhar, mas não tínhamos ido preparados. Para conhecer esta cachoeira, é necessário pagar ingresso, mas pelo menos lá tem muito boa estrutura. Uma linda lanchonete, com biscoitinhos, pequenos lanches, refrigerantes, banheiros limpíssimos, decoração de muito bom gosto e a Silvia, que nos atendeu com todo carinho. O Naka comprou até uma cachaçinha Pirinopolina!
Mais tarde, andando pelas ruas da cidade, eu e Suzete comentamos como o povo goiano é receptivo, caloroso e educado.
Na saída do parque, almoçamos do Restaurante Kuarup – melhor que o almoço foram as linguiçinhas fritas que pedimos para petiscar.
Quando chegamos à pousada já eram 16h e todos foram tirar uma soneca, exceto eu, que saí para dar mais uma olhadinha em Piri e comprar uns souvenirs para levar de lembrança pra casa. Me distraí tanto que quando voltei à pousada, o pessoal já me esperava para irmos para a rua do lazer observar o movimento e sair para jantar. Nos encaminhamos para o Restaurante da Cida (sugestão do Naka), cuja comida foi apresentada no programa da Ana Maria Braga, mas estava fechado (dia de festa na cidade, os moradores e comerciantes também participam e fecham o comércio). Voltamos para a rua do lazer e tomamos um gostoso caldo de Vaca Atolada, regado a suco e cerveja Pirinopolina.
Quando o show de forró começou (devido ao 10º Canto da Primavera), já estávamos nos encaminhando para a pousada.
Amanhã, sairemos às 8:30h a caminho da Chapada dos Veadeiros.

24/09/2009

23.09.2009 – 26º dia – Rio Verde/GO – Pirenópolis/GO

Ah! Como é bom dormir numa cama bem gostosinha....e poder acordar mais tarde um pouquinho.
Seguimos rumo à Pirenópolis às 08:30h. O tempo ainda estava nublado, mas ótimo para pegar a estrada, pois não estava chovendo.
Hoje vou rever uma cidade que não vejo há muitos anos – desde a década de 80. Estive em Pirenópolis na minha adolescência, com meus pais, irmãs, tios e primos para conhecer a Festa do Divino! Lembro que a Pirenópolis estava lotada de jovens, acampados em suas barracas na beira do rio que corta a cidade ou então lotando sues bares; Voltei hoje à Pirenópolis com meu marido e amigos para conhecer melhor a cidade e seu casario.
Estamos todos sentindo saudades de Nelson e Miriam – já soubemos notícias deles, que chegaram bem à São Paulo. Ei, vocês deviam ter vindo até Pirenópolis - a cidade se parece um pouco com Paraty, por seu estilo colonial (mas sem praia) e ficamos num hotel bem neste estilo – até os apartamentos são decorados neste estilo de época. A Pousada Walkeriana é bem central e fica na esquina da rua do Lazer (onde ficam os barzinhos) e também dentro do centro histórico da cidade e tem até piscina térmica – depois das águas frias de Bonito...imaginem.
Para nossa surpresa, a cidade estava em festa, o 3º Canto da Primavera e um palco está montado bem próximo a igreja matriz, de Nossa Senhora do Rosário.
Helenita veio conosco até Pirenópolis e logo que foi chegando tirou fotos ao lado de um personagem folclórico da cidade – o mascarado boi e depois de nos acomodarmos, saiu andando pela cidade junto com o Naka a tirar fotos, ir ao banco e comprar suas passagens de volta. Amanhã Helenita também deixa o grupo – também vamos sentir saudades dela.
Enquanto ela andava para um lado, eu, Figueira, Suzete e Marco comíamos um delicioso empadão de “tudo” – um recheio de frango, molho, batata, lingüiça e outras coisas.
Logo depois, saímos eu e Suzete para ver os artesanatos e conhecer a cidade a pé, enquanto nossos maridos iam ao banco. Mai tarde nos encontramos todos no Pirineus Café para jogar conversa fora e tomar uma cervejinha fabricada na cidade.
À noite, saímos para jantar no Celita Restaurante, de comidinha deliciosa e muito bom atendimento.
Pirenópolis dorme cedo....e nós também fomos para o hotel dormir. Foram uma tarde e noite muito agradáveis! Amanhã vamos conhecer o Monte Pirineus.

23/09/2009

Parque Nacional das Emas
















22.09.2009 – 25º dia – Parque Nacional das Emas

Saímos para o Parque Nacional das Emas às 6:30h, acompanhada de nossa guia Nena. Antes mesmo de entrar no Parque cruzamos com uma árvore lotada de papagaios verdadeiros e uma linda arara vermelha. Ah! E ainda as emas, que ficam mais fora do que dentro do parque. Disse a Nena que elas são guardiãs do parque.
Quando chegamos ao parque, nos dirigimos à sede. Enquanto o pessoal desceu para explorar um pouco este local, eu, que ainda não estava completamente recuperada das dores e que também não tinha dormido muito bem à noite, fiquei no carro dormindo para me recuperar para o passeio dentro do parque.
A vegetação é típica de cerrado e, a esta época do ano, está muito seca. Aliás, do cerrado, o mais bonito são suas flores. Suas árvores são baixas, arbustivas, tortuosas e de casca grossa (uma espécie de proteção contra as intempéries naturais).
Ficamos um pouco decepcionados, pois não vimos muitas aves, nem muitos animais terrestres. Mas valeu apenas por saber que nele recebe recarga o aqüífero Guarani e nascentes de vários rios – ele é muito importante para o equilíbrio ecológico. Dizem que a bioluminescência é o ponto forte do parque – é quando, à noite, as larvas de vagalumes que são depositadas nos cumpinzeiros reluzem no meio da escuridão, iluminando todo o parque, parecendo uma cidade com prédios acesos (não chegamos a confirmar este fenômeno).
Apesar de sua importância, o parque não possui nenhuma infra-estrutura para o ecoturismo. Uma pena, porque a cidade ganharia muito com isso! Nem seus próprios moradores o valorizam...falam dele com um certo descontentamento pela falta de apoio do governo.
Na realidade, o parque é mais propício para a visita de observadores de aves e de pesquisadores, mas ainda assim achamos que deveria ter um mínimo de estrutura como vimos em outros parques por quais passamos nesta viagem. Há um rio belíssimo, de águas verde esmeralda e suas corredeiras que poderiam receber a visitação e os turistas poderiam desfrutar de um gostoso banho.
Saímos de lá um pouco frustrados...e, por volta de meio dia e meio já estávamos no hotel.
Organizamos a bagagem no carro, almoçamos lá na Júlia e no Ricardo, e voltamos para a estrada rumo à Rio Verde (a cidade na qual o Figueira tem o nome no cartório, pois seu primeiro casamento aconteceu lá), onde iremos pernoitar, depois de recalcularmos o trecho.
Pegamos então uma trilha muito bonita, mas literalmente uma trilha off-road – cheia de pedregulhos, barro vermelho (lama pura) e buracos – deduzimos que há muito tempo não se trafegava por ali – a batizamos de Trilha das Emas. Mas valeu pela beleza da chapada!
Chegamos em Rio Verde debaixo de uma chuva fina, mas também fomos agraciados com um espetáculo da natureza – uma neblina cobria a linha do horizonte, passando por entre as árvores do campo vasto – não sabíamos se estávamos no céu ou na terra – muito lindo! O fenômeno acontecia em terra firme.
Depois de procurarmos hotel, por volta das 18:30h nos hospedamos no Honorato Plaza Hotel e lá também fizemos a rodadinha acompanhada de caldinho de vaca atolada (cortesia do hotel) e desfrutamos de um gostoso jantar, regado a cerveja.
Amanhã Pirenópolis que nos aguarde!

21.09.2009 – 24º dia – Pantanal/MS – Chapadão do Céu/GO -Parque Nacional das Emas

Acordamos ao som dos pássaros do Pantanal, tomamos café e o Sr. Luiz Carlos foi nos apresentar o iate de pesca do hotel, que por sinal é muito bem equipado e que ele aluga para turistas que vêm em grupo para pescar no Pantanal.
Nosso anfitrião e sua família foram bastante receptivos. O hotel Lontras do Pantanal é um excelente lugar para se hospedar no Pantanal. Vale a pena conferir!
Recebemos a notícia de que Nelson e Miriam teriam que deixar o grupo amanhã, em função de doença na família. Uma pena, vamos ficar com muitas saudades dos dois!
E lá fomos para o Parque Nacional das Emas!
Em Chapadão do Céu, no estado de Goiás, completamos 8.000km percorridos. Antes mesmo de entrar na cidade, demos de cara com uma anta na frente dos carros, atravessando a pista – era enorme! Marco pensou que fosse um cavalo, mas era uma anta, e que anta! Mais à frente, dois tatus...Este acontecido nos deu esperanças de ver mais animais no Parque.
Ficamos hospedados no Vitor Hotel e de lá mesmo contratamos a guia Ercilene (Nena para os íntimos) e fomos jantar no restaurante Pousada das Emas, cujos donos, Júlia e Ricardo nos atenderam muito bem. A comidinha é simples e gostosinha (bem caseira) e os próprios donos tomam conta do lugar. São pessoas bastante simpáticas e agradáveis. Júlia, mãe coruja, até nos mostrou as fotos de aniversário de sua filha, que é uma linda menina de olhos claros! Gostamos do ambiente e da solidariedade do casal. Até mesmo porque eles ficaram abertos mesmo depois da hora de fechar o estabelecimento, só para nos atender.
Voltando ao hotel, nossos calangos ficaram discutindo como seria nossa visita no dia seguinte. Eu, que não estava me sentindo muito bem, com fortes dores no abdômen e na coluna lombar fui dormir, mas com a certeza de que tudo estaria certo e de acordo para o gosto de todos.
Amanhã vamos ao Parque Nacional das Emas ver o que nos espera.

O Céu e a Flora do Pantanal
















Pescando no Pantanal

Quando voltávamos para o Hotel, eu sugeri que fizéssemos uma premiação para aquele que pescasse mais peixes. No final das contas, Miriam comprou dois troféus (duas piranhas feitas de cabaça) para que à noite, depois da focalização, premiássemos os vencedores dos sexos masculino e feminino.
Saimos então para pescar às 15h acompanhados de Marcelo, nosso guia, e o Sr. Toinho, nosso comandante de lancha pantaneira. Foi uma farra!
Contiuamos a ver muitos jacarés nos rios Miranda e Vermelho e muitas aves também. O Tuiuiu foi a atração - ele é uma ave enorme e muito curiosa! Ficamos um bom tempo parados filmando e tirando fotografias deste pássamos enigmático, que anda dobrando "o joelho" para trás.
Nem precisa falar que ao parar para pescar, fizemos aquela algazarra. Pra variar, o Nelson quase pesca todas as piranhas do Rio Vermelho; o Naka, descobriu sua vocação de pescador; Figueira parecia uma criança brincando, e Marco Aurélio queria ganhar do Naka de qualquer jeito e acabou empatado comigo; minhas companheiras também pescaram um pouquinho, mas cansaram logo e abandonaram a pescaria. Aí sobrou pra mim as piranhas que elas não pescaram. Ficamos Nelson e eu com o primeiro e segundo lugares, respectivamente. Mas a premiação só aconteceu de volta no hotel, pois ainda havia a focalização noturna.
Já era quase noite quando pegamos o rio para voltar ao hotel. Marcelo vinha focalizando alguns pássaros, os olhos brilhantes dos jacarés e conseguimos ver a maior coruja do pantanal, que mede, aproximadamente, 52cm. Mas a onça pintada mesmo, não aparaceu. Mas vimos que ela existe, pois o neto do Sr. Luiz Carlos a filmou na noite anterior a nossa chegada - pudemos ver a pintada em sua máquina fotográfica.
Na chegada ao hotel, ao sair do barco, Figueira resolveu testar seu equilíbrio - tropeçou na quina do barco e caiu, mas não deixou derramar uma gota sequer do copo de uisque que carregava em uma das mãos. Fiquei preocupada, mas ele não se machucou. Então, passamos um bom tempo brincando com o acontecimento.
Para nossa recepção, nossos anfitriões Luiz Carlos e Maria Rosa fizeram um delicioso Sashimi de Piranha e o Nelson trouxe um saquê com ouro dentro. Nossa premiação foi em alto estilo! Muitas fotos, beijos e risos. Marco Aurélio, como não podia deixar de ser, era o apresentador e narrador da premiação, e Suzete e Miriam as fotógrafas. Depois da algazarra, o jantar...
Fomos dormir cansados, mas felizes! No outro dia deixaríamos o Pantanal...mas com a promessa de voltarmos para fazer uma pescaria de verdade.

Observando a fauna pantaneira






22/09/2009

20.09.2009 – 23º dia – Pantanal...onde a natureza mostra toda sua diversidade...

Às 4:30h da matina o Sr. Luiz Carlos bateu nas portas dos nossos apartamentos para nos acordar. Tomamos um rápido café e pegamos a estrada em companhia de nosso guia, o Marcelo, que é pantaneiro e nos levou para conhecer a diversidade da fauna do Pantanal – Reserva Natural Mundial da Humanidade.
O que dizer do Pantanal? As fotos traduzem tudo...Seu céu, sua flora (que nesta época do ano está bastante castigada pela seca), sua diversidade de animais...tudo encanta.
Na realidade, esperávamos encontrar mais animais, o que, de certa forma, nos frustrou um pouco, mas não ao ponto de não admirarmos sua beleza, mesmo no período de estiagem.
Fico imaginando como deve ser lindo na época das cheias...
Na Estrada Parque encontramos uma diversidade de pássaros incrível (biguás, aranguás, tuiuiús, periquitos, garças, tucanos...), além de um tamanduá mirim, de capivaras, veados, quatis, lobos do mato e milhares de jacarés. Ah! Ia me esquecendo; não posso deixar de falar da ariranha que ficou se exibindo pra gente, pescando num lago – ela mergulhava, dava diversas voltas debaixo da água e voltava com o peixe na boca e degustava-o a nossa frente – uma gracinha!
A cada bicho que encontrávamos, parávamos o carro para fotografar ou descíamos para ver mais de perto. É diferente ver os animais soltos na natureza, no seu habitat. Não se compara com um zoológico. É emocionante! E pensar que eles nos temem. Toda vez que nos aproximávamos, se incomodavam e corriam.
O fato é que depois de alguns quilômetros de trilha com bastante areia, fomos ao encontro das araras azuis – haviam dois casais. Muito bonitas!
De volta ao hotel, almoçamos, descansamos....mais tarde tem pescaria e focalização noturna. Aguardem....

19.09.2009 – 22º dia – Bonito – A Gruta do Lago Azul...

Nossa opção de ficar mais meio dia em Bonito valeu a pena.
Chegamos à gruta e nosso guia, Artur, já nos aguardava para explorarmos a caverna mais famosa de Bonito – A Gruta do Lago Azul. Ela foi encontrada pelo seu proprietário em 1937 e seu acesso ficou restrito em 1996, quando foram descobertos pequenos microcamarões nas águas do lago, que mede 62 metros de profundidade. Hoje não se pode tomar banho no lago, nem pisar em suas bordas. Mas sua beleza ainda pode ser admirada depois que se desce 196 degraus esculpidos na rocha.
A descida é perigosa e, por isso, fizemos paradas em 4 plataformas para ouvirmos as explicações do Artur sobre as suas formações rochosas, bem como para que ele pudesse nos mostrar as figuras que vão sendo formadas em suas estalactites e estalacmites: o buda, o rosto de Jesus Cristo, o macaco, dentre outros. Nas plataformas também fotografamos o grupo, a imensa cratera da caverna e o lindo Lago Azul, que fica desta cor em virtude da reflexão da luz solar e sua formação calcária – uma beleza estonteante.
A subida, ufa, só de pensar já cansa. Subir os 196 degraus da gruta exige preparo físico e, quem tem limitações, não deve se aventurar. Quando chegamos lá em cima, eu puxei o grupo para um alongamento e um casal de turistas se juntou a nós para se exercitar um pouco também.
Valeu muito a pena. Saímos de Bonito extasiados com tanta beleza e seguimos em direção ao Pantanal para ver o que nos aguardava.
Entramos na Estrada Parque do Pantanal às 14:05h e nossa recepção foi feita por jacarés – dezenas deles descansavam à beira de uma lagoa.
Seguimos então para o Passo do Lontra Parque Hotel e lá a recepção foi feita por pernilongos, que nos atacaram pra valer. Esta foi a única recepção que encontramos depois de caminhar quase 500m de plataforma suspensa. Como não encontramos a recepção do hotel, voltamos para conhecer a Pousada dos Pássaros – estava abandonada. O Naka então sugeriu que fôssemos a uma outra pintada de verde que se via da estrada. Chegamos então ao Lontra Pantanal Hotel e fomos recepcionados pelo proprietário do lugar, o Sr. Luiz Carlos, ex-militar da aeronáutica, que nos recebeu muito bem e, estrategicamente, nos encaminhou para a varanda do restaurante que dava frente para o Rio Miranda. Um local muito agradável cheio de pássaros diferentes. O Nelson ficou logo entusiasmado com uma vara de pescar e pegou, em meia hora de conversa, 04 peixes.
Depois da negociação de preços, resolvemos ficar no hotel, contratando um pacote que incluiu 02 diárias, trilha de off-road para conhecer a fazenda Cárcere, onde vivem as araras azuis, pescaria de piranhas e ainda uma exploração, pelo rio à noite, para conhecer os animais de hábitos noturnos. Os apartamentos do hotel são muito bons, com ar-condicionado, frigobar, chuveiro quente e a comida bem caseira.
Luiz Carlos e sua mulher Maria Rosa são pessoas muito receptivas e agradáveis. Tivemos uma ótima estadia no Lontra Pantanal.
Depois da rodadinha e do jantar, fomos dormir cedo – tivemos que acordar às 4:30h para fazer o passeio de carro até a Fazenda Cárceres.

18/09/2009

18.09.2009 - Bonito - MS

Aventura no Rio Formoso



18.09.2009 – 21º dia – Bonito – O relax no Rio Sucuri....e adrenalina pura no Rio Formoso!

Nada pode descrever a sensação de flutuar no leito do Rio Sucuri...
Saímos cedo em direção à Fazenda do Rio Sucuri. Chegando lá esperava por nós o Herculando, nosso guia. A fazenda é bem estruturada. Aguardamos um pouco, fomos colocar nossas roupas de mergulho e nossos snokers. Mal podíamos esperar o que nos esperava. Pegamos uma caminhonete adaptada para nos levar até a trilha que dá no rio e seguimos caminhando entre a vegetação para ver as lindas nascentes do Rio Sucuri, borbulhantes e cheias de peixes.
Alguns estavam meio apreensivos porque seria a sua primeira experiência de mergulho. Helenita se aventurou Miriam também, mas em determinada altura, resolveram subir no barco de apoio no qual estava Herculano nos acompanhando o tempo todo de flutuação.
Para os que ficaram e deixaram o rio lhes levar, que experiência maravilhosa! Uma hora de flutuação pelo Rio Sucuri, o terceiro rio com águas mais claras do mundo! Por conta do calcário, o reflexo da luz na água lhe dá um tom azulado magnífico! E lá fomos nós flutuando no leito do rio – um aquário natural! Eram Piraputangas, Curimbatás, caracóis, plantas aquáticas...tudo ali às nossas vistas e ao alcance de nossas mãos! Uma maravilha!Marco e Suzete ficaram extasiados! Ficamos uma hora literalmente flutuando....Gostoso...
Se pela manhã foi relax total, à tarde foi pura adrenalina.
Almoçamos na própria fazenda do Rio Sucuri e pegamos as TRs em direção ao Rio Formoso para navegar em suas águas calmas e viver muita emoção em suas pequenas cachoeiras de até 3m de altura. Um passeio que dura duas horas e percorre entre 7 a 8km de extensão do Rio – as fotos falam por nós!
Em determinado momento, uma pausa para um gostoso banho. Nelson tentou, mas sem sucesso, andar de caiaque. Dava uma vídeocassetada incrível! Rimos um bocado!
O ponto final do passeio foi na Ilha do Padre (de propriedade mesmo de um padre – por herança de família). Na ilha conhecemos Laura, a arara. Aproveitamos para fotografar e brincar com Nelson e Miriam, cuja filha se chama Laura. Nesta viagem já comemos a salada de Luíza (neta de Nelson e Miriam) e conhecemos Laura, um animal muito interessante, que gosta de fazer arte no banheiro da pousada, onde é mais fresquinho – ela adora espalhar papel por todo lado!
Na Ilha do Padre também há um bom local para o banho, mas já havíamos tido uma overdose de banho por este dia.
Voltamos ao hotel brincando pelo rádio, descansamos, para, mais tarde, jantarmos um delicioso pintado no Cantinho do Peixe e tomarmos um caldo de Piranha mais gostoso do que o primeiro.

17.09.2009 – 20º dia – Bonito – de ver e viver....

E lá fomos nós conhecer as belezas naturais de Bonito...
Nosso primeiro passeio começou às 8:30h com uma trilha off-road de 35km até a Fazenda Água Viva, de propriedade do velho Moacir. A paisagem típica pantaneira. Nos esperava lá o Rodrigo, nosso guia neste passeio.
A Fazenda Água Viva tem excelente estrutura para o turista. Logo na chegada, Suzete chamou o Figueira para que ele fosse apresentado a alguém. Se esse alguém não era um casal de Tucanos!!!! Ficamos alguns minutos tirando fotografias e conhecendo o local que era rodeado de animais: bois, macacos, ovelhas, pássaros...
Na trilha até as cachoeiras, Rodrigo foi nos apresentando o Rio Olaria e suas águas cristalinas, plantas exóticas, tais como a Figueira Mata-Pau (árvore frondosa que acaba matando outra em virtude de suas raízes abraçarem a outra árvore), o Jatobá, a palmeira Buriti, o Jaraquetiá (que Suzete apelidou de 3 em 1 porque o Rodrigo nos disse que com a casta da árvore se faz um doce que parece com coco, e seu fruto tem aparência de mamão e gosto de maracujá). Há ainda uma infinidade de árvores, todas com alguma propriedade medicinal – uma deixa o homem infértil (vasectomia natural), outra é cicatrizante, outra é antiflamatória....e por aí vai. Os nomes são tão complicados que não dá pra guardar tudo na memória.
Adentrando pela mata por uma trilha bem traçada e não perigosa, encontramos duas lindas cachoeiras, de águas cristalinas, sem igual! Bonito deveria se chamar Lindo!
O ponto alto desta trilha foi o “Poço” – um paredão de rocha medindo 4m de altura. Lá, seguindo o Rodrigo, os calangos corajosos Figueira, Marco Aurélio, Nelson e Denise deram o seu primeiro mergulho nas águas geladas de Bonito. Uma emoção sem igual...(me fez lembrar de minha adolescência, quando estive numa cachoeira em Corumbá de Goiás na companhia de meus amigos...boas lembranças). Mas emoção maior nos aguardava depois do mergulho...conhecer a nascente do Rio do Peixe à nado, passando por uma apertada fenda na rocha, na qual entramos na gruta escura, quase inundada de água, nos pendurando nos “sacos de boi” (apelido dado pelo Nelson às estalactites que pendiam do teto) e disputando espaço com alguns morcegos. Acima de nossas cabeças, o Rio Olaria; abaixo de nossos pés, a nascente do Rio do Peixe – uma emoção indescritível! Nunca mais vamos esquecer Bonito!
Eu me emocionava à cada queda d’água, a cada árvore que via. Tão bom estar aqui ao lado do homem que amo e de nossos
amigos!
Na volta, mergulho de trampolim e banho de cachoeira. Desta vez, Suzete, Miriam e Helenita se aventuraram
Mais caminhada de volta para a sede da fazenda e um delicioso almoço “boniteiro” nos aguardava. Depois de almoço, um cochilo no redário – um espaço debaixo de uma palhoça com dezenas de redesde couro para o descanso. Mal começamos a descansar e lá veio o show de macacos. O Sr.Moacir dá um pedaço de banana a cada um dos visitantes e chama um monte de macacos para o almoço. Foi muito divertido! Os macacos são criaturas fantásticas! Só podem ser mesmo nossos parentes – têm reações humanas! Rimos bastante e admiramos sua inteligência!
Após a diversão com os macacos, saímos novamente para outra trilha. Desta vez, tiroleza seguida de mergulho nas águas cristalinas e frias de bonito!
No retorno, Marco deu uma de guia...foi engraço! Conhecemos também uma árvore de nome Jaracapiá que Suzete apelidou de 3 em 1 – do seu caule, faz um doce que parece coco, e bota um fruto que parece com mamão e tem gosto de maracujá.
Pensem numa passeio gostoso!
Gostamos tanto do almço na Casa do João que resolvemos voltar para jantar. Desta vez mais Traíra sem espinha, Pirarara grelhada e costela de Pacu! Tudo muito gostoso!
Amanhã, novas aventuras....

16/09/2009

16.09.2009 – 19º Dia – A Caminho de Bonito/MS

Como já estava programado, nossos calangos foram fazer a troca de óleo das TRs.
Marco Aurélio foi o primeiro a acordar. Como o fuso horário aqui é de menos uma hora, quando ele foi tomar café, não havia nada pronto. Acordou cedo demais! Imaginem a gozação!
Quando chegaram no local de troca de óleo, a TR do Marco apresentou um vazamento e ele e o Figueira (que também estava com o pisca alerta com mau contato) foram até a Mitsubishi local, onde tiveram um atendimento VIP – o técnico que os atendeu foi muito solícito, deu dicas de passeios em Bonito e no Pantanal. O pessoal da concessionária fez tantas perguntas sobre Rota Brasil que quase não deixa o Marco sair. Ficamos com uma excelente impressão de Dourados/MS.
Saaímos do hotel às 9h (local). No início da viagem a Miriam avisou que o Guerra tinha saído e avisado para a Selma ligar para o Figueira e dizer para ele acender os faróis. Mais uma vez nossos companheiros foram lembrados.
A paisagem desta região é bem diferente do sul, mas não menos bonita. O relevo é bem plano, permitindo uma visão ampla das plantações de grãos e da criação de gado. As rodovias estadual e federal estão em boas condições e a viagem transcorreu tranqüila.
Chegamos em Bonito às 12:30h (local) e logos nos agradamos da pequena cidade, com sua rua central cheia de lojinhas, bares, restaurantes e hotéis. O Marco foi logo avisando o Figueira que o Tucano que ele tinha visto na Rota Glacial estava esperando por ele na esquina – era um telefone público. Aqui, esses aparelhos são cobertos com animais da região feitos de fibra de vidro.
Olhamos duas pousadas e fomos almoçar uma traíra sem espinha no restaurante Casa do João e, em seguida, para a Pousada Olho D’Água, que possui boas instalações e com a facilidade de já ter agência de turismo, o que contribuiu bastante para a programação dos passeios, já que em Bonito só se faz os passeios pré-contratados com as agências, pois existem algumas regras impostas pelo IBAMA para a circulação nas reservas. Todos os passeios são pagos, pois ficam em propriedades privadas.
Nos acomodamos e fomos para a piscina fazer a rodadinha com a cachaça que o Guerra nos presenteou. Bebemos a cachaça no chifre do Naka.
À noite, demos uma voltinha pela cidade, compramos algumas lembrancinhas, adesivos de Bonito e nessa nossa voltinha o Marco nos mostrou o que ele chamou de “telefone sem fio” – um homem andando pela rua vestido de peixe. Quse morri de rir.Resolvemos jantar no restaurante Pantanal – Carnes Exóticas – menu pantaneiro: jacaré, capivara, queixada e caldo de piranha. O Naka ficou tão alto com a cachaça do Guerra que não sabia onde tinha colocado o chifre (ei, calma pessoal, não é nada do que estão pensando...o Naka esqueceu o copo feito de chifre de boi que ele havia comprado nas serras gaúchas). Rimos muito no jantar, mas voltamos à pousada para dormir, pois estávamos ansiosos pelos passeios do dia seguinte – As Cahoeiras do Rio do Peixe.

15/09/2009

15.09.2009 – 18º Dia – Chapecó/SC – Dourados/MS

Saímos atrasados uns 15’ porque o Naka ficou procurando a cardenetinha dele controlar o combustível. Vai fazer uma falta...(isso foi motivo de gozação dos calangos, que pediram pra ele olhar dentro do isopor. kkkkk) Partimos às 7:15h com destino a Dourados/MS. O dia estava ensolarado, embora ainda fizesse um pouco de frio. Pegamos um pare e siga logo no início da viagem, devido a reparos na pista que foi destruída em função das chuvas. Mas foi rápido. Próximo a Francisco Beltrão paramos para abastecer as TRs e nos abastecer, pois hoje não paramos para o almoço. Seguindo viagem atravessamos o Rio Iguaçu – imenso e lindo! Existem lugares no Brasil que nem imaginamos existirem! Nosso país é muito bonito! Paisagens que não conseguimos fotografar ficarão em nossa memória para sempre. Somos um país rico em belezas naturais, de pessoas afetivas e solidárias...Estas nossas viagens possibilitam muitas reflexões. Às 11:47h a temperatura era de 32ºC e ainda estamos no estado do Paraná/PR. Fico imaginado quando chegarmos em Mato Grosso do Sul. O Figueira foi o único que saiu do hotel de bermuda e chinelo e começou a fazer inveja aos outros calangos. À nossa frente, plantações de trigo, feijão e gado pastando.... Na Rota Glacial(2008), quando passamos pela argentina e pelo Chile, ficávamos um dia inteiro sem ver edificações e pessoas. No Brasil, isso não acontece. Em cada recanto por onde estivemos, encontramos alguém. Os Portugueses foram grandes estrategistas na divisão do país em capitanias hereditárias e o nosso maravilhoso clima também é bastante favorável a nossa demografia. Este é o Brasil que precisamos conhecer e respeitar. Nós, brasileiros, temos o direito e o dever de lutar para que o Brasil possa se desenvolver sustentavelmente e proporcionar uma vida melhor para os seus filhos. Em Guairá, na fronteira do Paraná com o Mato Grosso do Sul e o Paraguai, o lindo Rio Paraná a nossa frente! Atravessamos o gigantesco rio e lá fomos nós... Em Mundo Novo, a primeira cidade do MS estava o Parque Nacional da Ilha Grande, área de proteção ambiental (APA), às margens do Rio Paraná. É de dar dó, depois de poucos quilômetros do parque, ver árvores queimadas para dar espaço para o pasto do gado. Apesar disso, a economia é completamente voltada para o agronegócio. Em grande parte deste trecho, vimos muitos silos para armazenar grão e ração para o gado, bem como muito gado de corte. Chegamos a Dourados/MS às 18h (17 horas local, por causa do fuso horário) e o sol ainda clareava a cidade. A temperatura era de 30ºC. Nos hospedamos no Hotel Guaporé e jantamos na churrascaria ao lado, do mesmo nome, que nos atendeu muito bem e tem uma deliciosa comidinha. Amanhã logo cedo os calangos vão trocar o óleo das TRs para serguirmos viagem. Isso dará um tempo maior de sono as calangas. RECADINHOS: Silva e Leo: estamos aproveitando bastante a viagem. O Brasil tem paisagens muito bonitas. Vocês iriam adorar! Guerra: estamos guardando nosso presente para fazer a rodadinha em bonito. Vai ser uma farra muito boa!

14.09.2009 – 17º Dia – Gramado/RS – Francisco Beltrão/PR

E lá vamos nós de volta para a estrada... Hoje e amanhã estaremos nos deslocando para o ponto culminante de nossa viagem: Bonito/MT! Nosso pernoite será em Francisco Beltrão/PR. Já rodamos cerca de 5.300km pelo Brasil, praticamente debaixo de chuva e muito frio. Agora vamos em direção ao sol. Saindo de Gramado, paramos para comprar enfeites para o período de Festas – uma casa de Papai Noel. Lá pegamos informações sobre o desvio que teríamos que fazer devido a interdição de uma ponte na BR-116. Passamos, então, por Nova Petrópolis, uma simpática cidade, toda floridinha. Aliás, aqui pelas bandas do Sul, nos parece que as flores nascem como capim. São hortências, copos de leite, violetas, azaléias, margaridas, buganviles e uma infinidade de variedade, fazendo a rota ficar ainda mais bela. Devido às fortes chuvas, no trecho da BR-116 que segue para Caxias do Sul, tivemos que fazer este desvio de terra (não menos bonito), passando pelas cidades de Feliz, Carlos Barbosa (nesta fizemos um pit-stop para comprar panelas, facas e outros apetrechos de inox no show-room da Tramontina), Bento Gonçalves, Veranópolis (a cidade da longevidade), Passo Fundo, Trindade do Sul.... O sol resolveu aparecer e começamos a sentir o saudoso calorzinho. Com a aparição do sol, ficamos mais à vontade para parar mais à frente, para comprar frutas, queijos e fazer um lanchinho numa frutaria localizada no Vale do Rio das Antas – um local muito bonito e agradável! A rodovia estadual ficou em péssimas condições de tráfego depois de Carlos Barbosa. Muitos buracos e veículos lentos atrasaram nosso deslocamento. Estava previsto chegarmos à cidade de Fernando Beltrão, mas diante dos acontecimentos do dia, dormimos no Eston Hotel, na cidade de Chapecó/SC. Mas antes, depois da rodadinha, fomos jantar na Cantina Goumert, bem próxima ao hotel e de ambiente descontraído. Amanhã nosso esquema é 5, 6 e 7h, pois tempos que recuperar o tempo que perdemos hoje para chegar logo em Dourados/MT. Recadinhos: Luiza, a vovó Miriam fala sempre de você com muito carinho. Beijinhos dos Calangos da Rota Brasil. Camarada Ênio, o período de experimentar o café quente com grappa passou. Cambará, a cidade cuja sensação térmica de frio foi a mais intensa que pegamos até agora ficou pra trás. Agora é sol e água fresca. A grappa vai ficar para tomarmos com você e Marines, quando Marco Aurélio resolver pagar a promessa de fazer bife de chouriço que está devendo desde a Rota Glacial. Guerra e Selma, esse bife de chouriço do Marco parece que agora sai. Ele já comprou até a faca pra cortar a carne! Agora só falta o Nelson e Miriam irem à Natal e levar a carne e as fotos da Rota Glacial. kkkk. Pelo que Nelson falou, não vai demorar muito não viu? Abraços e estamos sentindo falta de vocês. Queridos Maurício, Águida, Luana e Cecília, estamos com saudades. A viagem está ótima, apesar da chuva não ter dado trégua durante uns 12 dias. Mas agora parece que o sol vai se firmar. Eu o Marcos vamos tentar fazer o mergulho em Bonito. Estamos ansiosos. Beijos nas pequerruchas do vovô e da vovó e em Juci e Cinthia também. Acho que vocês iriam adorar Gramado. Penso em voltarmos lá na época do Natal todos juntos – dizem que a cidade fica linda! Tenho vontade de reunir minha filha, sobrinhas e netas para fazermos uma programação bem legal. Gramado tem espaço para todas as idades. Débora e Daise. Podíamos programar para levarmos as meninas em Gramado no período de Natal qualquer época desta né? Adorei a cidade. Pena estivesse chovendo tanto. Mas ainda assim aproveitamos bastante. Galera do trabalho, ainda não estou sentindo falta do trabalho não, mas sempre lembro de vocês! Galera do DRH, em Gramado matei minha vontade de comer pipoca!kkkk

14/09/2009

13.09.2009 – 16º Dia – Atrações em Gramado e Canela/RS

Apesar da chuva fina que caia, o dia amanheceu mais claro, permitindo que fôssemos ao Parque Caracol (Canela/RS), conhecer a famosa cachoeira do Caracol e suas corredeiras. O Parque é lindo! Fizemos uma linda trilha e fotografamos a formosa Cachoeira do Caracol, apesar da neblina. De lá, seguimos para o Alpen Parque para brincar de trenó. O Nelson atiçou o grupo pra brincar e comer pipoca (eu matei a saudade da minha pipoquinha querida). Deixamos a nossa criança interna participar da brincadeira e deixamos alguma adrenalina por lá. A única medrosa foi Helenita, que preferiu ficar de longe, ouvindo nossos gritos.
A próxima atração? O Mini Mundo – um local com várias miniaturas de castelos e prédios alemãs e brasileiros. Este parque começou com a construção de uma casa de bonecas de um avô para sua neta e de uma estação de trens para o seu neto. O nome dele era Otto Hoppner. Ele gostou tanto do resultado, que resolveu aumentar a quantidade de miniaturas e, após a sua morte em 1986, seus filhos deram continuidade ao seu trabalho e abriram o local para visitação do público. O Mini Mundo fica em frente ao hotel da mesma família – O Rita Hoppner, no qual almoçamos uma deliciosa e farta comida alemã, de excelente qualidade e ótimo atendimento. O local é requintado, mas não é caro e os garçons que nos atenderam muito simpáticos. Lá os rapazes brindaram com o famoso chopp engarrafado de gramado e a cerveja alemã feita à base de trigo. As mulheres saborearam um delicioso strudel de maça e sorvete de creme. Vale a pena conferir!
Após nosso farto e delicioso almoço, seguimos para o Lago Negro, assim chamado porque um alemão de nome Leopoldo alguma coisa, resolveu trazer espécimes da fauna da Floresta Negra alemã para a beira do lago que ele também construiu. O lago deve ser muito bonito à luz do sol, mas pegamos muita neblina, ficando quase impossível ficarmos lá para admira-lo e andar de pedalinho.
Voltamos à pousada para descansarmos e, à noite, comemos uma sopa no pão no Bistrô Brillat, na rua coberta, e os rapazes aproveitaram para conferir o chopp. Foi um dia muito agradável!

12.09.2009 – 15º Dia – Cambará/RS – Gramado/RS

Chegamos à Gramado e ficamos na Pousada Solar da Serra, bem no centro da cidade, para facilitar os deslocamentos à pé, além do custo-benefício. Como chegamos cedo, saímos para almoçar bem perto do hotel, no restaurante Vale Quanto Pesa – comidinha gostosa e deliciosas sobremesas.
Depois do almoço saímos à pé para conhecer a cidade. Por indicação da senhora da pousada, fomos à Rua Coberta, onde está havendo degustação de vinhos, pois a cidade está sediando o 3º Festival Internacional de Gastronomia e está cheia d egente bonita. Gramado é uma cidade linda! Cheia de casinhas encantadoras, estilo alemão.
Enquanto os calangos ficara num bistrô bebendo Stella Atoirs e petiscando frios, as calangas foram desvendar o comércio para comprar lembrançinhas.
Para conhecer as atrações, resolvemos seguir até o Parque Caracol, mas a visibilidade estava péssima e resolvemos ir para o Mundo à Vapor, um pequeno museu que conta a história das máquinas à vapor- muito interessante. Lá está a menor fábrica de papel do mundo e um dos dois relógios existentes no mundo movidos a vapor, o outro está na cidade de Vancouver, no Canadá. Marco e Suzete aproveitaram para comprar vinhos regionais e, ao sair, todas as calangas foram comprar lembrançinhas na lojinha do local.
Mas não podia faltar os chocolates de Gramado não é mesmo? E fomos diretinho para o Reino do Chocolate Caracol e nos fartamos. Aguardem pessoal, pois estão chegando muitas guloseimas para saborearem....
À noite, o jantar foi no Li Piacere, com filés ao molho funghi e uma boa parrilha – comida fartíssima e muito gostosa. É claro que não faltou o vinho para Suzete e Denise e o chopp para os calangos!

12/09/2009

11.09.2009 – 14º Dia – Na terra dos Cânions...

Cambará do Sul/RS, também chamada de Sinfonia da Natureza, Terra dos Cânions e Capital do Mel, tempo importância histórica para o Brasil. No século XIX, foi palco da Guerra dos Farrapos, abrigando personagens como o casal Giusepe e Anita Garibaldi (quem assistiu a mini-série A Casa das Sete Mulheres conheceu um pouco desta história). Também serviu de caminho aos tropeiros que levavam cavalos e mantimentos para a região das Missões.
Saímos da pousada por volta das 8:30h com o nosso guia Diogo em direção ao cânion Fortaleza porque o grupo decidiu conhece-lo também. A estrada pra lá é de chão e pedregosa – um pouco cansativa, é verdade, mas muito bonita. Apesar de tentarmos, não conseguimos ver nada, pois a neblina e a chuva não deixaram. Fomos até um ponto onde poderia ser visto o abismo, mas não vimos nada. O guia nos informou que o melhor período para ver os cânions é de maio a agosto, quando está mais frio e seco. Suzete preferiu não caminhar até lá, pois estava com dores na coluna; não perdeu nada.
No caminho de volta, fomos aos shopping rural, onde conhecemos uma maquete da região dos cânions que mede 20m2 e ouvimos a sua história. Infelizmente não nos foi possível conhecer o cânion Itaimbezinho desta vez, pois o parque estava fechado devido ao rompimento de uma ponte.
Por sugestão do guia, fomos para outra bela atração da região, que fica numa propriedade particular, fora dos limites do parque. A cachoeira dos Venâncios é majestosa! Para chegar até lá, muita lama escorregadia. Mas valeu a pena! A cachoeira do Rio Camisas, com suas seqüências de quedas, é uma miniatura da de Foz do Iguaçu.
As TRs chegaram bem na borda do rio, quase dentro d’água. Miriam ficou com medo da água carregar as barbies, mas também ficou encantada e impressionada com a beleza do lugar. Valeu demais!
Voltando à cidade, fomos almoçar deliciosas trutas no Casarão. Desta vez o “padre” nos recebeu oferecendo um aperitivo muito gostoso – a “grapa” – uma espécie de bebida feita da casca da uva. Muito saborosa! Marco Aurélio e Figueira encomendaram logo as suas e Nelson e Naka se convenceram a levar na hora de pagarmos a conta. Lá também conhecemos o “chopp engarrafado”, a cerveja artesanal servida no local. Calangas e Calangos brindaram com a bela e cara garrafa de chopp!
Suzete, a negociadora, conseguiu preços melhores, já que ontem já havíamos jantado na casa e prometeu ao dono que o restaurante será mapeado no GPS. Miriam foi logo conhecer a cozinha...inspecionar! Foi uma tarde muito gostosa!
Chegamos à pousada cedo e fomos descansar. Mais tarde, os rapazes foram se reunir em frente à lareira da pousada;
Eu resolvi ficar na cabana, pois chovia muito.
Amanhã vamos para Gramado.

10.09.2009 – 13º Dia – Continuando nas Serras Catarinenses...

10.09.2009 – 13º Dia – Continuando nas Serras Catarinenses...

Ao sair do hotel hoje pela manhã fomos comprar maçãs, mas não conseguimos, estava fechado. Nada de morangos e maçãs!
Fizemos um city-tour pela cidade e partimos de São Joaquim às 9h. Sara e Amanda iam adorar poder acordar mais tarde se estivessem conosco! Estamos com saudades da alegria das duas! Beijos, beijinhos e beijões....
Seguimos com direção à Lauro Muller. Vamos apreciar as belezas na Serra do Rio do Rastro.
A primeira cidadezinha: Bom Jardim da Serra, com o Rio Barrinha e sua linda cascata. Pena estar chovendo...e a visibilidade, com a neblina, é quase nenhuma e dificulta até a ultrapassagem de veículos. Os calangos precisam estar muito atentos. A comunicação pelo rádio é importantíssima nesta hora.
Na Serra do Rio do Rastro os calangos só puderam ver a neblina e suas sinuosas curvas. Infelizmente São Pedro não contribuiu e não abriu a porta do sol para apreciarmos a serra e suas belezas naturais mais nitidamente. Se na Rota Glacial rezávamos para chover para não acamparmos, na Rota Brasil o terço do Nelson está sendo forte e, agora, rezamos para a sol abrir.
Saímos da Serra e entramos na Rota dos Campos de Cima da Serra em direção à cidade de São José dos Ausentes, já no estado do Rio Grande do Sul. Esta rota permitiu um off-road de aproximadamente 80km por uma estrada belíssima. E cercada por macieiras, cerejeiras, araucárias carregadas de liquens (Helenita disse que os duendes iam aparecer e se aparecessem seriam filmados, pois eu estava com a câmera a postos). A trilha é pedregosa, mas se roda bem.
Estamos num Brasil diferente! É admirável como conseguimos nos manter uma nação com tantas culturas, etnias e hábitos diferentes!
Na fronteira de Santa Catarina e Rio Grande do Sul tivemos que parar para reconhecer o terreno. Uma ponte de madeira, cujo Rio de Contas passa bem rente por debaixo. Mas deu tudo certo – os calangos são corajosos e passaram sem problema.
Do lado do Rio Grande do Sul, grandes pradarias verdes para a criação de gado e ovelhas.
Os Calangos Guerra e Selma estão fazendo falta – não sabemos a raça do gado e tão pouco temos nos lembrado de acender os faróis. De vez em quando um calango fala: “O Guerra telefonou pra você”, na intenção de avisar o outro que esqueceu de acender os faróis.
Passar por esta região também nos faz lembrar de Ênio e Marines, nossos amigos gaúchos.
Nosso destino e pousada é Cambará do Sul e aqui chegamos às 17h, debaixo de chuva e um frio de 4ºC. Aliás, a chuva nos acompanha desde Curitiba.
Na Casa do Turista pegamos informações sobre hotéis e pousadas na cidade e resolvemos ficar na Pousada Encanto da Serra, que nos proporcionou cabanas com lareira e cobertores elétricos, além de bom atendimento. Nosso guia no passeio ao cânion de Itaimbezinho, amanhã, é o dono da pousada – o Diogo. Estamos ansiosos. Tomara que o tempo ajude, pois o cânion, que, em tupi-guarani, quer dizer pedra afiada, é um dos mais belos do país e fica no Parque Nacional dos Aparados da Serra.
Nas informações turísticas, fomos apresentados ao cânion Fortaleza, este bem maior do que o Itaimbezinho. E fica no Parque Nacional da Serra Geral.
Na pousada, não faltou a rodadinha, ao pé da lareira.
À noite, aceitamos a sugestão do Diogo e fomos jantar no Casarão, de propriedade de um ex-padre da cidade, um italiano que escolheu Cambará para viver. O Casarão tem um buffet de verduras e legumes bem fresquinhos, plantados na horta ao lado do próprio, um bom espaguete caseiro e uma deliciosa chapa quente de bife de carne macia, galeto, porco, polenta e queijo provolone. O Casarão é um lugar bem decorado e de muito bom gosto, que também tem uma adega sortida. Resolvemos
provar um vinho colonial de produção do próprio restaurante – estamos comemorando os 5.000km percorridos no Brasil.
Saímos de lá depois de nos fartarmos e fomos dormir ao pé da lareira. O frio estava de rachar!

Recadinhos aos familiares e amigos:
- Chove muito por aqui, mas está tudo bem conosco. Saímos de Santa Catarina antes dos fortes temporais.

-Túlio, a Helenita riu muito quanto Suzete contou sobre a sua preocupação com o Naka e a Raquel. A viagem está ótima, apesar das chuvas.

- Marinho, dê um abraço no pessoal e obrigada pelo recadinho.

- Se é você, mano e cunhado Luiz Sergio, que nos acompanha de Vitória da Conquista/BA, continue; a viagem ainda promete muitas aventuras. Um grande abraço!

09.09.2009 – 12º Dia – Serras Catarinenses...

Com 1/3 da viagem cumprido, os calangos, depois de uma boa dose de grandes cidades, saíram hoje em busca do natural. Vamos atravessar as serras catarinenses, passando por Urubici e pernoitar na cidade de São Joaquim, onde veremos, novamente, o jogo do Brasil.
Depois do café da manhã em Floripa, eu e Suzete fomos nos despedir de nossas filhas – a saudade já é grande!
Pegamos a rodovia às 8:40h com o tempo chuvoso, frio e ventoso e entramos para a cidade de Rancho Queimado. Logo na entrada da cidade, pegamos informações sobre a região na Casa do Turista, onde degustamos o refrigerante Pureza, de guaraná, que só é fabricado na cidade. No local também fomos orientados a seguir para o distrito de Taquaras. Pensem num lugar lindo! A Mata Atlântica poderosa! Centenas de araucárias cheias de liquens, demonstrando a pureza absoluta do ar. Riachos cortando o verde intenso, cavalos e gado pastando e flores, muitas flores – hortências, copos de leite, uma variedade enorme! Parecia que estávamos diante de uma tela! Taquaras é o paraíso! Um colírio para os olhos e um bálsamo para a alma! De arquitetura tipicamente alemã e povo simpático. Lá encontramos um dos dois postos de gasolina Texaco que ainda conservam a arquitetura original.
Seguimos em frente diante de paisagens belíssimas, atrás de comprar morangos orgânicos deliciosos que não comemos, pois a colheita só acontece na sexta-feira. A senhora simpática que nos atendeu, fez o convite para participarmos de um protesto contra a instalação de uma mineradora na região que destruirá grande parte da Mata Atlântica e desviará o curso do rio que cruza o pequeno distrito. Infelizmente não poderemos participar, mas fica o nosso protesto por escrito. NÃO À MINERADORA EM TAQUARAS/SC!
Não comemos os morangos, mas aproveitamos a trilha off-road e a linda paisagem! Paramos no monumento ao tropeiro para fotografarmos...
Não sabemos o porquê da revista Quatro Rodas não incluir Taquaras como uma das 10 estradas mais lindas do Brasil. Neste lugar, o homem e a natureza vivem em completa harmonia!
Mais à frente, pegamos a BR-282 e uma leve neblina nos acompanhou na descida de 1000m de altitude. Ainda pensamos em subir mais 200m, mas Miriam não estava se sentindo muito bem, então resolvemos seguir viagem, admirando a linda paisagem da serra.
Paramos para almoçar no “paradouro” Batistela – comidinha típica, muito gostosinha!
Seguindo para Urubici, não foi possível parar para fotografar a serra, uma chuvinha fina e a neblina nos atrapalharam. No distrito de Águas Brancas já estávamos a 1.250m de altitude e passando o frio de 8ºC.
Chegamos a Urubici às 14h e seguimos para as informações turísticas para receber algumas orientações. Visitar as cachoeiras e o famoso Morro da Igreja (Pedra furada) impossível! A chuva não deixou. Mas paramos para tomar um chocolate quente no Panifício Universo – uma casa de café colonial aconchegante com deliciosas tortas e rosquinhas da culinária regional.
Localizada no topo da Serra Geral, Uribici oferece paisagens deslumbrantes, aliadas às baixas temperaturas. O município oferece para o deleite de seus visitantes, 45 atrativos turísticos, 39 sítios arqueológicos e 88 cachoeiras. No famoso Morro da Igreja, ponto mais alto do sul do Brasil, há 1.822m de altitude, foi registrada a temperatura mais baixa do país, -17,5ºC e sensação térmica de -40ºC.
No centro da cidade, a igreja matriz de Nossa Senhora Mãe dos Homens, em estilo gótico moderno, chama atenção pela arquitetura, com frentes para todos os lados.
Neste momento, chegamos a uma altitude de 1555m e subindo...A temperatura de 4,3ºC, chuva fina e neblina por todos os lados.
Seguimos para São Joaquim pela SC-345, passeando pela Serra Geral, enfeitada por suas araucárias.
Passando pelo rio “Lava Tudo”, uma chuva torrencial lavou todas as TRs. Todo cuidado é pouco porque a estrada da serra é muito sinuosa e o asfalto fica escorregadio – a velocidade média em deslocamento é de 45km/h.
Com a chuva, várias quedas d’água se formam ao longo da rodovia e viram pequenas cascatas.
Cruzamos Pericó, com suas casinhas de madeira bem antigas. Nesta fase da viagem, entramos na Serra do Rio do Rastro. Estamos a 16km de São Joaquim. A Tiroleza (arvorismo) é o esporte por estas bandas e as macieiras, a cultura agrícola local.
Chegamos em São Joaquim a uma temperatura de 6,0ºC e fomos procurar hotel. Resolvemos ficar no São Joaquim Park Hotel, de frente para uma linda praça.
Os calangos chegaram a São Joaquim “baqueados”. Acho que algo que eles comeram não foi muito bem processado. Começou pela Miriam, depois atacou o Naka e o Figueira. Eu, Suzete, Marco, Nelson e Helenita escapamos. Este fato acabou com a rodadinha e com a reunião para o jogo do Brasil. Depois do jantar, onde só comeram os que estavam bem (exceto Helenita que ficou com medo do Naka dormir e deixar ela do lado de fora do ap), Nelson, Figueira e Marco ainda foram assistir o primeiro tempo do jogo, mas o Nelson ainda não conseguiu abrir o saquinho de peixinhos secos que trouxe para tirar gosto com o Chivas 30 anos, e o restante do pessoal do pessoal se recolheu. A noite estava muito fria!

09/09/2009

08.09.2009 – 11º Dia – Balneário Camboriú/SC – Florianópolis/SC

Nosso destino hoje é Florianópolis. Depois de darmos um giro para conhecermos melhor o balneário durante o dia, pegamos novamente a rodovia. Hoje eu não acordei muito bem, com fortes dores na coluna lombar e já com saudades de minha filha, que amanhã já deixarei em Floripa para seguir viagem.
Chegando em Floripa, fomos para um hotel no centro, mas ficou difícil estacionar, então seguimos para o Baía Norte Hotel, fizemos o chek-in , nem descemos as malas e fomos para o mercado da cidade, comer ostras vivas no Boxe 32, tradicional ponto onde várias celebridades como o presidente Lula, Galvão Bueno, Edson Celulari, dentre outros, vão saborear so famosos pescados do litoral catarinense. Se meus pais estivessem aqui iam adorar! Depois de nos deliciarmos com as ostras, as calangas e calanguinhas saíram para “arrastar o sari no mercado”, fazer umas comprinhas, pois o local é cheio de lojinhas de artesanato e de artigos de verstuário e acessórios.
Florianópolis é uma bonita metrópole! Chegamos debaixo de chuva e foi assim até sairmos da cidade. Mas isso não abalou a nossa curiosidade de conhecer Floripa. Depois do mercado, fomos conhecer a praia da Joaquina, famosa pela prática do surf. Amanda e Sarah adoraram! Tiraram muitas fotos! E a Amanda limpou os olhos com tantos rapazes bonitos por perto – louros de olhos claros, do jeito que ela gosta!kkkk. Como ela mesma disse: “mainha, aqui até o feio é bonito”.
Voltamos pela Lagoa da Conceição, onde jantamos mais pescados no restaurante Barracuda, indicado por amigos de Nelson e Miriam. Fomos muito bem atendidos! A comida é farta e de excelente preço.
Voltamos ao hotel moles e tristes de tanto comer!

07.09.2009 – 10º Dia – Curitiba/PR – Balneário Camboriú/SC

Saímos do hotel às 08:04h, deixando uma linda manhã de sol em Curitiba, rumo à São Francisco do Sul, para visitar e conhecer o Museu Nacional do Mar. Chegando à pequena cidade, tentamos chegar ao museu, mas as ruas estavam interditadas em função do desfile de 7 de setembro. Aproveitamos para ir até a uma edificação antiga na parte mais alta da cidade, para termos uma visão mais privilegiada da cidade – soubemos que era o Hospital de Caridade da cidade. Fotografamos a bela vista e seguimos para o porto, onde se encontra o museu. Chegamos a tempo de ver o último pelotão a desfilar – os bombeiros voluntários de São Francisco de Sul, cujos veículos eram doados pela Petrobras/Transpetro, empresas de navegação marítima, pela Receita Federal e pelo município – muito legal. Fazia tempo que não víamos um desfile patriótico para uma cidade.
Enquanto esperávamos o Museu do Mar abrir (após o desfile), ficamos apreciando e fotografando à baía de São Francisco do Sul. Vimos até alguns golfinhos e um catamarã que vinha cheio de turistas de Joinville para visitar a cidade.
Quanto ao Museu do Mar, realmente é interessante. Lá descobrimos que o Brasil é o país que tem a maior diversidade de embarcações primitivas do mundo. Há muitas maquetes de embarcações do mundo todo e exemplares em tamanho natural datados do século XVII. Lá está também o IAT de Amir Klink, doado pelo próprio e alguns de seus pertences usados durante as suas travessias pelos oceanos.
A cidade de São Francisco do Sul é a terceira cidade mais antiga do Brasil – descoberta em 1504 pelo francês Binot Paulmier Goneville. Em 1553 chegaram os espanhóis e construíram a capela da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Graça, que neste período é festejada por toda cidade. As casas ficam todas enfeitadas com as cores (branca e azul) e imagens da santa. Os trens e o porto impulsionam a economia e o tombamento do centro histórico garante a preservação da arquitetura da época colonial.
Após a visitação ao Museu e um lanche rápido pegamos a rodovia rumo ao Balneário Camboriú, passando pelo parque Beto Carrero, mas não entramos, apenas paramos para que as meninas pudessem fotografar.
Estamos no 10º dia de aventura e já percorremos 4.300km.
Chegando a cidade de Balneário Camboriú, tivemos uma vista linda da serra. A orla lembra Copacabana mais moderna, cercada de belos edifícios belíssimos e riquíssimos também. É a cidade preferida para as férias dos argentinos e, também de brasileiros abastados. Como era feriado, a cidade estava cheia e os turistas lotavam os barzinhos e pubs.
Fomos jantar na Casa da Lagosta. E que lagosta! Gostosa, farta e barata! Ah! E como não falar nas ostras frescas gigantes, deliciosas!
Na volta para o hotel, resolvemos ir de “Bondindinho”, o transporte coletivo da cidade, que consiste numa espécie de caminhão com a carroceria adaptada para passageiros. Fizemos uma farra, pois praticamente só nós ocupávamos o veículo. Foi muito legal!
Quando chegamos ao balneário, a temperatura era de 24ºC e depois da forte chuva com raios e trovões que caiu à noite, saímos de lá com 18ºC. Uma pena, pois não conseguimos fotografar a cidade que é realmente muito bonita e rica – um lugar para visitar mais vezes. Uma das pendências das viagens dos calangos, pois ficou faltando atravessar de uma praia para outra de teleférico. A lista está crescendo....