Embora estivéssemos todos doloridos, acordamos felizes pelas emoções vividas ontem.
Hoje teremos um dia mais leve de contemplação da Chapada Diamantina.
Nosso guia já nos esperava quando descemos para tomar o café da manhã. Mas antes de sair para o passeio, o Figueira teve que fazer novos reparos na TR, o Marco teve que apertar alguns parafusos e o Naka precisou trocar um pneu furado.
Enquanto os calangos cuidavam das máquinas, eu e Suzete resolvemos fazer uma exploração pela cidade de Lençóis e ver seus casarios coloniais e subir suas ladeirinhas. A cidade ainda dormia; apenas algumas lojas estavam abertas, pois as demais só abrem depois das 17h quando os turistas retornam dos passeios.
Pelo rádio, que Suzete carregava consigo, nos comunicamos com os rapazes, que vieram nos apanhar no coreto. Assim, a calangada toda foi fazer a “Trilha do Garimpo”, passando por dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
Naka, Suze e Marco já haviam feito esta trilha anos atrás, mas queriam repeti-la para nos mostrar. E lá fomos nós guiados pelo Edson.
A trilha é radical! Estreita e, em alguns trechos, com vegetação fechada; muito bonita! Por ela, atravessamos vários córregos e rios (literalmente), os quais estavam secos ou com muito pouca água, devido ao longo período de estiagem na região. Dentre eles, o Ribeirão de Baixo, o Capivara, (onde havia ruínas de casas de garimpeiros), o Caldeirões, o Roncador (e suas águas cor de coca-cola), o Garapas, o Baiano...
Suzete ia marcando todos os pontos no GPS. Maço disse que quando viermos novamente a Lençóis, quer a trilha mapeada no GPS. Enquanto Suzete registrava os pontos, eu filmava e fotografava as paisagens e os trechos mais radicais, que exigiam muita perícia dos calangos, que passaram por areais, estradas erodidas, castigadas pela seca, pedregulhos... as TRs, por sua vez, só faltaram subir os paredões – as barbies corresponderam traquilamente aos desafios.
Eu ainda estou de miolos moles de tanto sacolejar.
Nossa pretensão era chegar aos municípios de Andaraí, Iguatu, Mucugê e Palmeiras, mas como tínhamos interesse de chegar cedo em Lençóis para comprar lembranças da Chapada, resolvemos cortar Iguatu do roteiro (que é chamada de cidade de pedra devido a sua arquitetura). Todos esses municípios, inclusive Lençóis enriqueceram no século XVII devido a corrida pelos diamantes da Chapada e, do mesmo modo, empobreceram quando eles foram se escasseando. Hoje, tentam sobreviver do turismo.
Saindo da Trilha do Garimpo, pegamos a BA-152, passamos por Andaraí para visitar o Museu do Jipe, de onde são dadas as largadas de todas as trilhas off-road realizadas na região e fotografar o seu belo casario.
A caminho de Mucugê, uma paradinha na Toca do Morcego para apreciar a Cachoeira da Donana e comprar artesanatos de pedras da Chapada. Nossa intenção era conhecer o Poço Encantado, mas o IBAMA o fechou a três anos porque o fizeram melhoramentos no acesso sem permissão. Uma pena, pois Suzete havia me falado que é belíssimo.
Seguimos para Mucugê pegando a Serra dos Sincorá, que chega a 1.100m de altitude. Disse o nosso guia que aqui em Mucugê descem discos voadores. Acreditem se quiserem!
Já em Mucugê, almoçamos no Sabor e Arte e seguimos para conhecer o casario da cidade e o cemitério de estilo bizantino. Nosso guia nos informou que antes ele se chamava Santa Izabel, mas um italiano que viveu aqui disse que as formações rochosas que estão acima do lugar pareciam obras bizantinas da itália e por isso o nome foi trocado para cemitério bizantino. No entanto, preferimos acreditar na versão que Suzete encontrou no Guia 4 Rodas, de que o cemitério tem estilo bizantino em função da influência turca na região, que contruiu o cemitério na forma de miniatura de igrejas, durante a morte de muitas pessoas devido um surto de varíola de cólera na região. O fato é que o cemitério é interessante, muito bonito e todo pintado de branco. Culturalmente vale a pena apreciar, mas não gostaríamos de estar no lugar dos que lá estão.kkkk
Após esta visita, seguimos para o municípios de Palmeiras. Mais um grande trecho de off-road; desta vez fomos pelo outro lado do Parque Nacional da Chapada Diamantina, que nossos amigos ainda não conheciam. Uma linda cordilheira de rochas coloridas de verde e laranja nos acompanhou pelo caminho – exuberante!
Dizem os especialistas, que este cenário maravilhoso foi conseqüência de um grande terremoto há bilhões de anos atrás, quando os diamantes ainda eram pedacinhos de carvão.
Saindo para a rodovia, seguimos para o marco geográfico da Chapada para fotografar dois lindos cartões postais: o Morro do pai Inácio (desta vez sem subi-lo) e os Três Irmãos, ao cair da tarde, em pleno por-do-sol. Algo indescritível! As fotos falam por nós.
Chegando a Lençóis às 17:30h, tomamos um banho e saímos para comer acarajé no mercado, comprar lembrancinhas na rua das pedras e tomar cerveja no Grisante, ao som de música ao vivo e da alegria contagiante, características do povo baiano.
Amanhã nosso destino é Petrolina.
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